São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995
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Equipe seu carro no cruzamento

EDUARDO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Três ou quatro paradas em alguns semáforos de São Paulo podem resultar numa bela compra de acessórios para o seu carro. Se não houver cuidado na escolha dos produtos, podem resultar também em decepção.
Espalhados pelos principais cruzamentos da cidade, vendedores de rua comercializam uma lista de pelo menos 13 itens automotivos, com preços que variam de R$ 1 a R$ 250 (veja quadro abaixo).
Na hora de ir às compras nos faróis, nunca se esqueça: pechinche.
Uma caixa de ferramentas japonesas com 40 peças, oferecida inicialmente por R$ 80, pode custar R$ 10 após minutos de pechincha. A redução é de 87,5% sobre o preço inicial.
O lucro dos chamados marreteiros em cima de quem não negocia preço chega a 1.500%.
Os acessórios mais frequentes nos semáforos são almofadas para revestir cintos de segurança, oferecidas numa infinidade de cores a preços que variam de R$ 5 a R$ 10 a unidade.
``Há três meses, quando as almofadas eram novidade, vendia até por R$ 20 cada uma", lembra a vendedora Neide dos Santos, 26.
Em alguns cruzamentos, como o da avenida dos Bandeirantes com Tupiniquins (zona sul de São Paulo) ou Senador Queirós com Prestes Maia (região central), existem verdadeiros mercados de acessórios a céu aberto.
Esquinas como as da avenida do Estado com as ruas dos Patriotas e Teresa Cristina (zona sul), Rebouças com Brasil (zona oeste) e Tiradentes com Praça da Luz (região central) são outros endereços repletos de vendedores.
Segundo Carlos Alberto Ribeiro, 23, vendedor ambulante desde os 14 anos, proprietários de carros mais simples e antigos são seus melhores clientes.
``Bacana de carro importado ergue o vidro e nem olha na minha cara", comenta o marreteiro. Ribeiro vende ferramentas em cruzamentos da avenida do Estado.
Élcio Marcos Oliveira, 25, que se autodenomina ``o melhor marreteiro de São Paulo", diz que chega a vender 30 jogos de ferramenta por dia nos cruzamentos do centro da cidade.
``Se minha mãe passar por aqui, vendo uma caixa de ferramentas até para ela", vangloria-se.

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