São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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Sindicatos fazem assembléias hoje para decidir se voltam greve

ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO

Sindicatos decidem se voltam greve
Os sindicatos regionais dos petroleiros farão assembléias hoje, em todo o país, para decidir uma eventual retomada da greve.
Os sindicatos de Duque de Caxias (RJ), Campinas (SP) e Paraná já realizaram assembléias e decidiram pela volta à greve. No último dia 2, os petroleiros encerraram uma greve que durou 31 dias.
Anteontem, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) suspendeu as negociações com a Petrobrás. A razão: a empresa não admite cancelar todas as demissões, como quer a categoria.
Segundo a Petrobrás, 33 das 104 demissões ocorridas durante a greve foram canceladas. A FUP afirma que nunca houve 104 demitidos e a empresa manipula os números.
Um dos membros da equipe de negociadores da Petrobrás, que não quis se identificar, avalia que os petroleiros não teriam condições de retomar a greve e que a empresa não está assustada com esta possibilidade.
O presidente do Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros) de Duque de Caxias, Nílson Viana Cesário, disse que os petroleiros da Reduc (Refinaria Duque de Caxias), devem adiar a retomada da greve para acompanhar o conjunto da categoria.
Na assembléia realizada na última segunda-feira, os petroleiros da Reduc decidiram retomar a greve hoje. ``Queremos a greve, mas respeitaremos a posição da FUP", disse Cesário.
O diretor do Sindipetro de Macaé -município a 184 km do Rio, base dos petroleiros da bacia de Campos-, Gilberto Puig, afirmou que a recusa por parte da Petrobrás de negociar com os petroleiros deve provocar nova greve.
Os sindicatos do Rio, Duque de Caxias e Macaé farão na sexta-feira um plebiscito sobre a quebra do monopólio do petróleo.
Serão instaladas urnas em vários pontos da cidade, em bairros da cidade do Rio e de outros municípios do Estado. Outros sindicatos, filiados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), darão apoio ao plebiscito.
Segundo Cesário, se a maioria da população se manifestar contra a quebra do monopólio, ``os petroleiros vão entrar de cabeça" na tarefa de pressionar os deputados na segunda votação da Câmara dos Deputados.
A decisão da Câmara sobre a quebra do monopólio estatal do petróleo está prevista para acontecer na próxima semana.
Lista
A empresa não divulgou ontem os nomes dos 71 demitidos durante a greve dos petroleiros -que durou 31 dias e terminou no dia 2.
A reportagem da Folha solicitou a lista dos demitidos, mas até as 18h15 não obteve resposta.
Segundo a empresa, 104 petroleiros foram demitidos durante a greve e 33 demissões foram canceladas ontem. A lista com o nome dos readmitidos também não foi divulgada pela Petrobrás.

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