São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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Brasil e os estudos orientais

ALEXANDER CUNG YUAN YANG

O grande estrategista chinês Sun Zi disse: "Conhecer bem o outro é lutar cem vezes e vencer cem vezes."
Neste momento, o Brasil procura sua estabilização. Precisamos refletir sobre a necessidade de "conhecer o outro" para firmarmos nosso lugar político-econômico.
As palavras do cônsul-geral brasileiro em Hong Kong, Arnaldo Carrilho -``está se tornando fundamental o relacionamento sino-brasileiro"- confirmam o crescente interesse de orientais em estabelecer laços comerciais com o Brasil. É justamente esse eixo do Pacífico, interessado no Brasil, futuro centro econômico do século 21, que precisamos conhecer em profundidade por ser grande a demanda do Oriente pelas nossas empresas.
Na década de 70, o prof. Euripedes Simões de Paula implantou na USP o Departamento de Estudos Orientais, o primeiro e único na América do Sul, num pioneirismo ousado e de profunda visão futura. Recorrendo a outro pensamento chinês: "Criar soldados de mil dias para usá-los somente em um momento."
Ou seja, um preparo sistemático e minucioso, de "paciência chinesa", para ser aplicado na ocasião oportuna. E ocasião oportuna é essa que agora se apresenta.
Depende apenas de nós aproveitá-la ou não. O prof. Flavio Fava de Moraes, reitor da USP, afirmou no ``Jornal da USP" de 28 de fevereiro de 1994, à pág. 6: "No caso da universidade, se formos analisar a conveniência, a necessidade ou o dever estratégico de termos, por exemplo, um curso de chinês -e a USP é a única que o ministra no país-, a discussão não é centrada exclusivamente em quantos alunos estão fazendo o curso; muito ao contrário, ela tem de estar centrada no porquê de nós temos que ter um curso de chinês ou deixar de tê-lo."
Nas palavras do reitor fica ressaltada a importância do ensino da língua e cultura chinesas em seu papel na formação de sinólogos capazes de assessorar as áreas diplomática, comercial, política, bem como de professores que possam lecionar em escolas de nível secundário e superior, além de intérpretes e tradutores, na demanda de empresários e comerciantes. Daí a necessidade do apoio e participação adequados da sociedade na manutenção e desenvolvimento desse núcleo importante, onde se fazem estudos orientais aqui no Brasil.

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