São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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Carvalho Pinto reabre com trechos de risco

DA FOLHA VALE; DA REPORTAGEM LOCAL

Polícia Rodoviária afirma que trevos de acesso são locais mais perigosos da rodovia, que deve ser liberada hoje
A rodovia Carvalho Pinto deve ser liberada ao tráfego hoje com trechos que oferecem riscos à segurança dos motoristas, segundo a Polícia Rodoviária Estadual.
A previsão da Dersa (Desenvolvimento Rodoviária S.A.) era de liberar a rodovia à 0h.
A polícia recomenda atenção dos motoristas nos desvios e entroncamentos com outras rodovias -Ayrton Senna (antiga Trabalhadores), Tamoios e Dutra.
A Carvalho Pinto deve receber no começo do fim-de-semana prolongado cerca de 120 mil carros, o que seria o recorde de tráfego na rodovia, segundo a polícia.
Segundo Francisco de Assis Busatto, 33, comandante da Polícia Rodoviária Estadual, os trechos de entroncamento na Carvalho Pinto são os mais críticos.
O primeiro trevo fica no km 98, em São José dos Campos (97 km a nordeste de SP), próximo ao trevo da Tamoios. O segundo fica no km 198, em Taubaté (134 km a nordeste de SP), próximo ao entroncamento de acesso a Campos do Jordão (175 km a nordeste de SP).
Os motoristas também devem ter cuidado no desvio de 1,8 quilômetro no km 75, em Jacareí (68 km a leste de SP), onde há dois túneis em construção. O trecho é íngreme e tem curvas fechadas.
Busatto disse ainda que o trecho de 34 quilômetros entre São José e Taubaté também requer atenção.
O trecho serve de acesso a Campos através da SP-123, que começa na Dutra, e pela primeira vez deve receber um volume de tráfego acima de 30 mil carros.
``A maioria dos motoristas não está acostumada com essa parte da rodovia", disse Busatto.
Sinalização
Segundo a Dersa, a estrada é bem sinalizada e não oferece riscos. Até ontem à tarde, funcionários da Dersa trabalhavam na colocação de sinalização na rodovia.
A estrada está incompleta e opera só com uma pista. Por isso, o fluxo de carros é invertido aos domingos (leia quadro ao lado).
Para implantar a "Operação Retorno, a Dersa fez a pavimentação do viaduto sobre a Dutra e instalou 171 placas de orientação e 9.509 tachas refletivas ("olhos de gato). As obras tiveram um custo de R$ 250 mil.
Memória
A Carvalho Pinto está em construção há cinco anos, foi inaugurada inacabada em dezembro de 94, teve um túnel interditado após sua abertura e está sob suspeita de superfaturamento.
A estrada foi inaugurada na última semana da gestão do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho. Em 5 de abril passado, foi interditada por causa de rachaduras em um dos túneis do km 80.
Em valores absolutos, a estrada é a mais cara do Estado: US$ 1,6 bilhão. O seu custo bate o da Imigrantes: US$ 1,51 bilhão.
A Imigrantes tem o custo por quilômetro (US$ 9,8 milhões) maior do que o da Carvalho Pinto (US$ 9,7 milhões), mas possui fluxo de veículos oito vezes maior.
Pela Carvalho Pinto, devem passar em média 15 mil veículos por dia. A Imigrantes tem movimento diário de 120 mil veículos.
O preço por quilômetro da Imigrantes é maior porque ela possui mais faixas, túneis e viadutos.
Os preços da Carvalho Pinto estão sendo investigados pelo Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público e Dersa.

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