São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995 |
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Cantor faz show privê para 350 pessoas
LUIZ ANTÔNIO RYFF
Na porta da Bourbon, o estudante Carlos Eduardo Martins, 19, observava a entrada do público. Ao saber o preço dos ingressos, ele soltou um palavrão. ``Tem que ser muito otário para pagar". No interior da casa, entretanto, era difícil encontrar quem se encaixasse na definição de Martins. Ninguém admitia ter desembolsado o dinheiro. A direção da casa afirmava que 90% dos ingressos haviam sido comprados por patrocinadores para serem distribuídos. ``Eu fui convidado", se apressou em dizer o ex-candidato a presidente, Guilherme Afif Domingues, 51, garantindo que não daria R$ 500 para ver Ray Charles. ``Só pagaria isso para ver o Frank Sinatra, cantando `New York, New York' em Nova York. Lá valeria, aqui não", avaliou. Convidada para o show, a comerciante Neide Carbonara, 47, estava animada. ``Ele tocava muito nos bailinhos da minha época". Apesar do apelo nostálgico, Neide garantia que não daria R$ 500 para Ray Charles. ``Só pagaria isso para Sinatra e Julio Iglesias. Se Robert Redford vier me cantar, eu também pago", afirmava A maioria do público era de meia-idade. Não só por isso, o estudante Bruno Radesca, 18, era uma exceção. De tênis, boné, três enormes brinco de argola nas orelhas e bolsa a tiracolo, ele destoava dos blazers e ternos adotado pela maioria. Com o ingresso ganho de um tio, que é sócio da casa, Bruno estava ansioso pelo show. ``Ele tem umas músicas `animal'. Eu gosto daquela... alguma coisa Jack", disse, se referindo ao sucesso ``Hit The Road, Jack". Texto Anterior: Coluna Joyce Pascowitch Próximo Texto: Gal e João Bosco vão a Montreux Índice |
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