São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Integrados trazem recursos poderosos

CAETANO TRAINA JR.; <UN->LUIZ CAMOLESI JR.; MARCUS ROGÉRIO DE OLIVEIRA; MARISA BECK FIGUEIREDO; MAURO BIAJT
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em meados da década passada, quando a popularização dos computadores pessoais tomou impulso, a maioria dos usuários sentiu necessidade de recursos para edição de textos, manipulação de planilhas e elaboração de gráficos e desenhos.
Os usuários também queriam dispor de uma interface (forma como o usuário interage com o microcomputador) comum para realizar essas tarefas, além de poder aproveitar os dados de um programa em outro.
A resposta dos fabricantes de software foi o lançamento dos cinco em um, também conhecidos como integrados.
A tecnologia da época e a pequena capacidade dos equipamentos de então (máquinas 286 eram o topo de linha) não possibilitaram a satisfação dos usuários.
Falta de recursos
O editor de textos de um integrado tinha muito menos recursos do que um editor de textos independente: a capacidade das planilhas eletrônicas nos integrados era muito reduzida -frequentemente apenas as quatro operações eram suportadas. Mesmo assim, a integração continuava limitada.
Isso resultou no conceito de programas associados à idéia de um produto abrangente, mas com poucos recursos em cada programa. Esses produtos tiveram curto período de duração e acabaram caindo no esquecimento.
O maior problema na época era que, para manter a facilidade de uso, não se podia depender de dados armazenados em arquivos para a troca de informações entre programas, e assim todo o sistema era centralizado em um programa só.
Com o advento da versão 3.1 do ``Windows", as técnicas de DDE (capacidade de importar informações de outro para o programa em uso) e OLE (recurso que permite acionar um programa dentro de outro programa em uso), associadas ao uso do clipboard, viabilizaram a integração de diversas ferramentas, cada uma independente das demais.
O problema da interface comum já vinha sendo parcialmente tratado pelos fabricantes de software com o lançamento de produtos casados: com comandos iguais para fazer operações semelhantes.
O passo seguinte para empresas que produziam todas as ferramentas independentes que anteriormente compunham um integrado foi passar a fazer promoções para a venda de todas as ferramentas em um pacote fechado.
Programas completos
Esses pacotes, que resgataram o antigo termo integrados, são tratados aqui. São pacotes nos quais cada ferramenta é independente, cujo desenvolvimento levou em conta a otimização para operações em conjunto, mas são exatamente os mesmos programas que podem ser comprados em separado.
O editor de textos do pacote da Microsoft é o mesmo ``Word 6.0", que pode ser comprado como um produto à parte.
Se um usuário deseja mais de um produto, como um editor de textos e uma planilha eletrônica, vale a pena considerar a compra, não de dois produtos em separado, mas o pacote integrado, pois o preço de dois programas já é semelhante ao de um pacote todo.
Desde é claro que se aceite que ambas as ferramentas sejam do mesmo fabricante -o que em geral é o caso. Pois do contrário, a interface não será consistente, e a troca de dados entre os programas pode não ser tão suave.
Foram avaliados três produtos: o ``PerfectOffice", da Novell, o ``Office", da Microsoft, e o ``SmartSuite", da Lotus.
No geral, todos os produtos apresentam um volume muito grande de recursos, que certamente irão atender as necessidades dos usuários por muito tempo.
O ``PerfectOffice" e o ``Office" são vendidos em duas versões: standard e profissional.
Essa última inclui o gerenciador de banco de dados, que não é fornecido na versão standard. A versão profissional do ``PerfectOffice" inclui ainda o ``AppWare". Foram avaliadas as versões profissionais de ambos os programas.
A distribuição dos três pacotes foi feita em disquete, menos o ``PerfectOffice", cuja avaliação da versão profissional foi feita em CD-ROM, com uma versão standard em disquetes.
No geral, e considerando-se a história das versões anteriores dos produtos, a impressão que fica é a de que o ``PerfectOffice" é o pacote mais elaborado e poderoso dentre os três.
Esse pacote e o ``Office", da Microsoft, por outro lado, parecem estar uma versão à frente do pacote ``SmartSuite", da Lotus.
Isso confirma-se até pelo fato de que as ferramentas do ``PerfectOffice" e do ``Office" ou são ferramentas novas ou estão em versões recentemente lançadas. Já as ferramentas do ``SmartSuite" estão em versões já disponíveis no mercado há um bom tempo.
E isso se reflete tanto nos recursos e estilo das interfaces com o usuário, quanto na capacidade de cada ferramenta individualmente e em sua capacidade de trabalho integrado.
O ``WordPerfect 6.1" é o processador de textos da Novell com capacidade para criação e edição de fórmulas, tabelas e gráficos. Uma versão anterior desse produto é até hoje o processador de textos mais vendido de todos os tempos.
Hoje, o ``WordPerfect 6.1", junto com o ``Word" da Microsoft, é um dos mais poderosos processadores existentes.
Possui extensa capacidade de importação e exportação de dados e é o coração do ``PerfectOffice", da Novell.
Nesse pacote, o ``WordPerfect Presentations" é o programa que responde pelos gráficos, desenhos, slides e apresentações. Trata-se de uma ferramenta poderosa e um forte concorrente em relação aos outros programas do gênero, como o da Microsoft e o da Lotus.
O ``InfoCentral" é o gerenciador de informação (agenda eletrônica) pessoal, que permite a organização e o acesso da informação rapidamente.
Grupos de trabalho
O ``Envoy" é uma ferramenta para divulgação e difusão de documentos entre grupos de trabalho, permitindo ver e distribuir documentos que integram dados e arquivos dos demais aplicativos do pacote, tal como textos, gráficos, tabelas, bem como anotações pela rede.
O ``GroupWise" é um programa que integra o envio de correio eletrônico, a organização de calendários e agendamento de informações de maneira integrada em toda a rede entre usuários conectados.
Existe ainda o ``AppWare", programa que permite a um gerente construir aplicações específicas, integrando as diversas ferramentas do pacote. Esse pacote possui ainda os conhecidos banco de dados ``Paradox" e a planilha eletrônica ``QuattroPro".
Todos esses aplicativos podem ser facilmente acionados por uma ferramenta que centraliza e simplifica o controle geral, o ``Desktop Application Directory".
Gerenciamento
Avaliando de maneira crítica os três pacotes analisados, verifica-se que os recursos mais poderosos estão presentes em todos eles.
Mais do que isso, é interessante notar que críticas a versões anteriores são agora atendidas de maneira semelhantes em todos os demais.
Por exemplo, todos dispõem de uma central de gerenciamento unificada, que nenhum pacote apresentava em suas versões anteriores.
Por outro lado, a capacidade de integração, importação e exportação de dados, principalmente utilizando recursos de DDE e OLE, estão muito expandidas.
Para o usuário, um aplicativo ativado a partir de outro pode aparecer em uma janela separada do aplicativo de origem. Ou então a barra de ferramenta do aplicativo ativado temporariamente se sobrepõe ao da ferramenta de origem.
Outra forma de se obter cooperação entre aplicativos dentro de cada pacote é através da utilização das operações de movimentar, copiar, arrastar e soltar, vincular, inserir objeto ou incorporar, que devem ser criteriosamente utilizadas pelo usuário, pois dessa escolha dependerão os resultados obtidos.

Colaboraram LUIZ CAMOLESI JR., MARCUS ROGÉRIO DE OLIVEIRA, MARISA BECK FIGUEIREDO e MAURO BIAJT

Texto Anterior: Vectra tem versões flexíveis
Próximo Texto: Placa de rede e soft adequado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.