São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995 |
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Mulher chora com notícia
AMAURY RIBEIRO JR.
``Foi muito azar. No meio de tanta gente solta, ele bem que poderia ter sido libertado também." Eliane Alves passou o dia de ontem acreditando que seu marido seria libertado. Ela afirmou fazer planos dos momentos que viverá com Harley depois que ele for libertado: ``As nossas filhas (Natascha, 7, e Amanda, 4) não irão à escola e iremos ao cinema como nos bons tempos de casal apaixonado". A seguir os principais trechos de sua entrevista: Agência Folha - A sra. parece bem mais tranquila do que nos outros dias. Eliane Alves - Estou sim. Eu tenho certeza que no máximo até amanhã (hoje) ele será libertado. Agência Folha - O que a sra. pretende falar para o capitão quando ele for solto? Eliane - Eu quero ouvir um ``tudo bem" dele. Agência Folha - O que a sra. planeja fazer depois que ele chegar a Belo Horizonte? Eliane - Serão cinco dias de festa. As crianças não irão à escola, como aconteceu todas as vezes que ele veio para cá desde que foi para a Bósnia em setembro passado. Passearemos com elas no parque de diversões. E à noite iremos ao cinema, como nos bons tempos de casal apaixonado. Agência Folha - Parece que há risco de ele ter que ficar mais tempo lá após ser solto, a exemplo do que aconteceu com o outro oficial brasileiro libertado. Eliane - Isso eu quero conversar com jeitinho na hora em que ele me telefonar. Agência Folha - A senhora vai deixá-lo participar de outra missão da ONU? Eliane - Nunca mais. Não pensei que fosse tão perigoso assim. Sofri demais. Mas agora já é hora de curtir a libertação dele. Agência Folha - Qual foi o momento mais difícil pelo qual a senhora passou? Eliane - Foi quando noticiaram que ele tinha sido pego como escudo humano. Eu não conseguia nem comer direito. Passei o dia inteiro nervosa. Agência Folha - Como a senhora soube que ele tinha sido feito refém? Eliane - Eu tinha voltado de Belo Horizonte e estava na casa de minha mãe, em Nova Lima, jantando. A televisão anunciou que tinha um refém preso, mas só soube que era o Harley depois que a imagem foi subindo até o rosto dele. Foi horrível. Agência Folha - Vocês moravam em Manaus antes de Alves ir para a Bósnia. O que vão fazer quando ele voltar? Eliane - Não temos lugar certo. O Exército irá decidir. Texto Anterior: ONU diz desconhecer paradeiro de Alves Próximo Texto: Bósnios tentam romper cerco a Sarajevo Índice |
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