São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 1995
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Segurança ameaça jogo em Ribeirão

RICARDO PERRONE
DA FOLHA NORDESTE

O estádio Santa Cruz, do Botafogo de Ribeirão Preto, que vai receber pelo menos dois jogos da segunda fase do Paulista, ainda não resolveu inteiramente os problemas que provocaram a interdição do local há cerca de três anos.
Em 92, o estádio foi interditado depois que torcedores do Botafogo atiraram pedaços de reboco (retirados da arquibancada) no meia Neto, então jogador do Corinthians.
As duas partidas previstas para o estádio são os clássicos entre São Paulo e Palmeiras.
No domingo passado, um grupo de torcedores do Botafogo atirou pedras no gramado ao final da partida do clube contra o Rio Preto. Ninguém foi atingido.
Parte do cimento do piso do estádio está se soltando. Esses pedregulhos podem ser usados como ``munição" pela torcida.
``São pedaços muito pequenos, por isso não preocupam", disse Celso Henrique da Silva, 44, administrador do estádio.
No início do ano, o local foi vistoriado e aprovado pela FPF (Federação Paulista de Futebol) e pela Polícia Militar.
Segundo os dirigentes do Botafogo, o estádio tem capacidade para receber 60 mil torcedores.
O maior público registrado, no entanto, foi de 49.900 pagantes, no amistoso entre as seleções de Brasil e Polônia.
A Polícia Militar informou que recomenda a venda de, no máximo, 40 mil ingressos.
``Precisamos de espaço para separar as torcidas e para a movimentação dos nossos homens. No jogo do Brasil tivemos muita dificuldade para trabalhar", afirmou o capitão José Luís Severi, 45, oficial de operações do 3º Batalhão da PM, em Ribeirão Preto.
Severi informou que 350 policiais participarão do esquema de segurança para os jogos na cidade.
``Temos esse efetivo aqui em Ribeirão, mas, se for necessário, vamos trazer policiais de outras cidades da região", afirmou.
Ele disse que pretende escoltar os torcedores que vierem de São Paulo no trajeto entre a rodovia Anhanguera e o estádio.
``Também vamos escoltá-los até a saída de Ribeirão. Queremos evitar problemas envolvendo os torcedores dentro da cidade", disse.
Laerte Alves, 49, presidente do Botafogo, afirmou que não sabe ainda quanto o clube deve receber para ceder o seu estádio.
``Vamos ficar com uma porcentagem da renda de cada jogo que acontecer aqui. Mas a FPF ainda não definiu nada", afirmou. Segundo o dirigente, o clube quer de 10% a 13% da renda das partidas.
O Botafogo enviou à FPF uma relação de nove campos em cidades da região que podem ser usados para treinamentos pelas equipes que forem jogar em Ribeirão.
O estádio Santa Cruz poderá receber ainda as duas partidas finais do Campeonato Paulista.

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