São Paulo, domingo, 18 de junho de 1995 |
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Mexicano obteve ganho real de 15% em 10 anos
FLAVIO CASTELLOTTI
Essa é uma das conclusões do mais recente estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre salários no México. ``Ao contrário do que muita gente pensa, a livre negociação tem todas as condições de proporcionar ganhos reais", disse à Folha o diretor geral da OIT no México, Eric de Vries. Na reunião, os empresários propuseram às centrais sindicais uma série de flexibilizações à atual lei. Os principais pontos são: instituição de pagamento por hora e de trabalhadores aprendizes (com salários mais baixos). Segundo o presidente da Coparmex (Confederação Patronal Mexicana), esta seria uma forma de se estabelecer uma política mais duradoura de geração de empregos. Fidel Velasquéz, presidente da maior central sindical do país, recusou-se a participar do encontro e declarou que ``venderia sua alma ao diabo" para impedir mudanças na atual lei. Para de Vries, da OIT, a discussão é delicada, pois o México ainda é um dos poucos países do mundo onde a jornada semanal de 48 horas é aceita. ``Com o regime de pagamento por hora, vamos ver muita gente trabalhando 55 horas em uma semana" disse ele. Mínimo Ao contrário da iniciativa privada, onde prevalece a livre negociação, o salário do funcionalismo público mexicano está indexado pelo salário mínimo. Após a desvalorização do peso, ocorrida em dezembro de 94, o salário mínimo do México que antes estava em US$ 4,03 diários passou a ser um dos mais baixos do mundo: US$ 2,82 diários. ``Nesse momento crítico que vive o país, não são corretas as comparações de preços ou salários com outros países", alerta o economista Carlos Schaffer. No México, o salário mínimo é estabelecido por uma comissão técnica, cujos membros são nomeados pelo Executivo. A comissão leva em conta a inflação do período anterior e a situação econômica do país. Não há datas estabelecidas para o reajuste do mínimo. ``Geralmente há um incremento toda virada de ano. Porém, tudo depende da intensidade da inflação", explica Schaffer. Texto Anterior: Livre negociação valeu até anos 60 Próximo Texto: Desindexação segurou preços na Argentina Índice |
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