São Paulo, domingo, 18 de junho de 1995
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O zero e o infinito

INÁCIO ARAUJO

A imagem, em si, basta para esquecer todos os filmes ao lado: lá está Berlim em frangalhos, destruída pela guerra. Qualquer um poderia filmá-la. Mas só Rossellini soube criar mais do que imagens mortas, referenciais, meras ilustrações. A destruição que ele mostra é outra: são verdadeiras ruínas em que se encontram o passado e o presente. E, nelas, estão as pessoas. Elas são, de algum modo, ecos dessa destruição. Porque o filme nos mostra que a guerra, mais do que tudo, corrói a alma. Não se espere muita ação: os planos são longos e, embora ágeis, detêm-se nas coisas, observam suas transformações. Mas, claro, há mais movimento do que em dez ``Duro de Matar" juntos.
(IA)

ALEMANHA, ANO ZERO (Germania, Anno Zero). Itália, 1948, 70 min. Direção: Roberto Rossellini. Com Edmund Moeschke, Franz Kruger. P&B. Legendado. Na Cultura.

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