São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 1995 |
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Conheça os motivos do atrito
JOÃO BATISTA NATALI
Os argentinos propuseram que, entre os dois países, prevaleceria a alíquota zero (não incidência de imposto de importação) apenas para os veículos e autopeças transacionados de forma equilibrada. Com desequilíbrio, prevaleceria a TEC (Tarifa Externa Comum), aplicada quanto os parceiros importam produtos de terceiros. O Brasil aceitou. Novo encontro entre Itamar e Menem, desta vez em dezembro, em Ouro Preto (MG), para os retoques finais nos protocolos técnicos da zona regional de integração. Neste encontro, a delegação brasileira insistiu para que os argentinos fizessem novas concessões. Estes de início se recusavam, criando momentos tensos. O novo acordo por fim fechado estipulava o seguinte: 1 - Em lugar da paridade para efeitos de isenção tarifária, a Argentina excluiria de imposto de importação US$ 1,20 de automóveis e peças brasileiros para cada US$ 1,00 que vendesse ao Brasil. 2 - As peças de reposição, e não apenas aquelas encaminhadas para as montadoras argentinas, entrariam no regime matematicamente vantajoso para os brasileiros. Favorecido A solução, inicialmente vantajosa para os dois países, passou a favorecer unicamente a Argentina. O Brasil não contava com o estouro do consumo de veículos importados, o que ajudou a desequilibrar sua balança comercial. Por sua vez, o mercado interno argentino, sob os efeitos da crise mexicana, entrou em recessão e perdeu a capacidade de comprar a quantidade de automóveis que os brasileiros pretendiam vender. Por fim, ao aumentar a tarifa dos veículos importados para 70%, o Brasil indiretamente estimulou as montadoras argentinas, que operavam com vantagem no mercado brasileiro. Texto Anterior: Leia o comunicado conjunto Próximo Texto: Malan e Serra negam volta do protecionismo Índice |
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