São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 1995 |
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Indústria ataca estoque com férias
MÁRCIA DE CHIARA
Brastemp, Consul, Semer, Prosdócimo e a Metalúrgica Barbará, por exemplo, decidiram dar férias coletivas para parte de seus funcionários em julho. Arno e Caloi já concederam férias a uma parcela de seus empregados neste mês. A partir da próxima segunda-feira, a Monark interrompe, por uma semana, parcialmente as linhas de montagem e acabamento de bicicletas. A Electrolux optou pela licença remunerada. No final de junho, metade de seus funcionários que trabalham na produção de aspiradores de pó, geladeiras e enceradeiras ganham o salário para ficar em casa por 32 dias. Ramiro de Jesus Pinto, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, diz que há possibilidade de férias coletivas na Walita e que a Continental 2001 pretende intensificar o programa de férias daqui para frente. A Walita nega qualquer intenção de conceder férias coletivas a seus 1.400 empregados nos próximos 60 dias. Procurada pela Folha, a direção da Continental 2001 não foi localizada. Há rumores de que as indústrias que montam eletroeletrônicos em Manaus (AM) estariam aguardando só o governo definir as cotas de importação de componentes para anunciar férias coletivas. A indústria decidiu colocar o pé no freio da produção para adequar seus estoques ao ritmo mais lento das vendas a partir da segunda quinzena de maio. As altas taxas de juros, dizem os empresários, torna proibitivo carregar estoques. A Multibrás, que reúne as marcas Brastemp, Semer e Consul, informa que decidiu dar férias coletivas aos operários das linhas de produção de fogões, freezers e geladeiras de uma porta para enxugar os estoques acumulados com a queda nas vendas. ``Estamos aproveitando a conjuntura de vendas mais fracas para ajustar o estoque à demanda", diz Felippe Arno, presidente da Arno. Desde abril, a Electrolux vende de 35% a 40% menos que no primeiro quadrimestre do ano. Segundo Daniel Serrano, diretor comercial, a Electrolux resolveu conceder licença remunerada para reduzir os estoques que estão 50% acima do normal, entre outubro e abril, e cortar pela metade a produção. Atualmente, a empresa fabrica 70 mil unidades por mês. ``A última vez que demos licença remunerada foi na época do Plano Collor", afirma Serrano. Ele diz que a empresa optou pela licença remunerada porque é mais fácil negociar com os sindicatos. Além disso, a indústria conta com alguma recuperação a partir de agosto, quando o consumidor estará liquidando os crediários assumidos no início do Plano Real. Hoje a diretoria da Electrolux se reúne para decidir quais estratégias adotará para ajustar a produção, além da licença remunerada. Bicicletas A Monark decidiu parar por uma semana a linha de montagem e acabamento das bicicletas. ``Trata-se da segunda parada parcial neste ano, a primeira foi em maio", diz Daniel Galindo, diretor de marketing da Monark. Os estoques da empresa são para 30 dias. O ideal é ter hoje produto para menos de um mês, diz Galindo. Segundo a Abraciclo, associação que reúne a indústria de bicicletas, as vendas em maio caíram 40% em relação ao primeiro trimestre do ano. A Caloi, por exemplo, informa a Abraciclo, começou neste mês a revezar o turnos de trabalho. Franklin de Mello, gerente da Abraciclo, diz que as vendas no mercado interno estão sendo prejudicadas pela concorrência de empresas que importam peças com alíquota de 16% e montam a bicicleta aqui. Quem traz a bicicleta montada paga 70% de imposto. Texto Anterior: Concordatas pedidas aumentam 411%; Títulos protestados são mais de 700 mil; Simonsen volta a ser internado no Rio Próximo Texto: Dados até abril eram positivos Índice |
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