São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 1995
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Boatos derrubam os índices das Bolsas

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As cotações do dólar comercial subiram e as Bolsas caíram como resultado de um clima de tensão gerado por uma série de boatos.
O boato de saída do governo do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, colaborou para derrubar o índice da Bolsa paulista, que recuou ontem 3,22%.
Houve também rumores de que teriam se acentuado as dificuldades financeiras de bancos argentinos.
O mercado financeiro começa a especular com eventuais mudanças nos limites de variação do dólar, que estão no momento entre R$ 0,88 e R$ 0,93. O dólar comercial no mercado futuro para julho da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) já trabalha com cotação de R$ 0,954.
Carlos Sobral, presidente do Forex Brasileiro, que reúne especialistas em câmbio, diz que o saldo negativo (saídas superiores a entradas) de dólares em três dias da semana passada não preocupa. Ele observou que os dados do dia 19 mostram saldo positivo.
Segundo ele, a soma de contratos de fechamento de câmbio de exportação e importação nos primeiros cinco meses deste ano supera em 42% a do mesmo período do ano passado. A tendência é da balança comercial fechar positiva este ano, diz.
Sobral afirma, no entanto, que este mês haverá um déficit (resultado negativo) na balança comercial (exportações menos importações).
Segundo ele, os importadores estão agilizando o desembarque de carros nos portos, o que deve ter impacto negativo na balança comercial este mês.
O BC (Banco Central) desistiu ontem de colocar Bônus do Banco Central em leilão. Não havia vencimentos de títulos ontem e o BC decidiu não fazer novas emissões de papéis ontem.
Os juros subiram no mercado futuro da BM&F com expectativa de inflação maior, por causa do aumento nos preços do gás de cozinha.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,140%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,65% para dias úteis, projetando rendimento de 4,03% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,68% ao mês, com rendimento de 4,05% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,4429%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 38% e 64,2% ao ano. CDBs pós-fixados de 122 dias: entre 12% e 15% ao ano mais TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,60% ao mês, projetando rentabilidade de 4,73% no mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 74% e 136% ao ano.
No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 5,88% ao ano

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 3,22%, fechando com 35.769 pontos e volume financeiro de R$ 185,7 milhões. Rio: queda de 1,7%, encerrando a 16.722 pontos e movimentando R$ 22,17 milhões.
Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou a 4.550,56 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou com 2.540,50 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 14.665,70 pontos ontem.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,917 (compra) e R$ 0,918 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,910 (compra) e por R$ 0,912 (venda). ``Black": R$ 0,905 (compra) e R$ 0,915 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,915 (compra) e R$ 0,920 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,880 (compra) e R$ 0,915 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,14%, fechando a R$ 11,53 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até 19 de junho foi positivo em US$ 293,98 milhões. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 605,39 milhões. O saldo total está positivo em US$ 899,37 milhões.
No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,6037 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3913 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 84,65 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 391,20.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou a 4,05% no mês e para julho a 4,00% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para agosto ficou a 36.600 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para junho fechou a R$ 0,929 e a R$ 0,954 para julho.

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