São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia classifica ação como `um sucesso'

DA REPORTAGEM LOCAL

A PM classificou como um ``sucesso" a primeira invasão de presídio por policiais desde o massacre de 111 presos na Casa de Detenção de São Paulo, em 92.
A ação no presídio de Hortolândia foi realizada por uma das tropas que invadiu o pavilhão 9 do Carandiru: o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais da PM).
Em São Paulo, o governador Mário Covas disse que a PM só invadiu o presídio para salvar os reféns. Ele disse que não há comparação entre a invasão de Hortolândia e a do pavilhão 9. ``O que vocês queriam que eu fizesse? Que eu deixasse os presos matarem os reféns? Não havia mais como negociar", afirmou.
O diretor de Comunicação Social da PM, coronel Roberto Lemes, disse que 14 homens do Gate haviam sido deslocados anteontem para Hortolândia para estudar a situação, que serviu de base para o plano de invasão. Os policiais tinham as fotografias de dois líderes da rebelião, José de Arimatéia e José Bezerra, e localizaram onde os rebelados estavam com os reféns por causa de um linha telefônica interna que estava sendo usada na negociação.
O plano da PM previa que os 14 homens do Gate entrassem na frente para libertar os reféns. Depois, entraria uma parte da tropa de choque de Campinas.
Por último, deveriam entrar os policiais com cães do 35º Batalhão da PM. Às 9h45, o pelotão do Gate se posicionou para entrar no presídio, com coletes e capacetes.
Às 10h05, os homens do Gate entraram no pavilhão A e libertaram cinco reféns em uma cela.
O refém José Cláudio Venâncio Fernandes estava baleado na perna. Um refém saiu de maca e outro estava de cueca. O pátio interno da prisão ficou sob controle da PM. O secretário da Justiça e Administração Peni tenciária, Belisário dos Santos JUnior, teria entrado no presídio.
Às 11h, o Gate investiu contra a cela onde estavam os outros reféns. O capitão Cesar Gomes foi baleado no pescoço. Os PMs teriam revidado e matado os presos Bezerra e Arimatéia.
O diretor de disciplina do presídio, Sebatião Martins da Silveira, foi morto pelos detentos. Outro refém morreu antes de ir ao hospital.

Texto Anterior: Prefeito faz greve de fome diante do fórum
Próximo Texto: 11 fogem em Tremembé
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.