São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995 |
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Preso rebelado usa machado e fere carcereiro na cabeça
HEIDY VARGAS
Ele foi atendido no Hospital Celso Pierro, em Campinas (a 99 km a noroeste de SP). No mesmo hospital está internado o capitão da PM Wagner César Gomes de Oliveira, baleado na invasão que libertou 13 reféns ilesos. Ramos, que trabalha há cinco anos na penitenciária e já acompanhou três rebeliões, disse que no momento da invasão a polícia foi arbitrária e que foi salvo por Deus. A seguir, trechos da entrevista. Folha - Os presos fizeram ameaças contra os reféns? Ramos - Durante toda a noite, eles gritavam nas celas que nós iríamos morrer e nos ameaçavam encostando os estiletes no corpo. Folha - Como você foi ferido? Ramos - Eu e todos os reféns estávamos no corredor, no segundo andar do pavilhão A (leia quadro abaixo). Quando eles (PMs) invadiram, os presos arrastaram o chefe de plantão dos agentes penitenciários, Luiz Claudio Giovanni, para uma das celas e começaram a dar estiletadas no corpo dele. Folha - Você estava próximo? Ramos - Eu estava de costas para a cela e, durante o esfaqueamento de Luiz, levei uma machadada na cabeça. Fui salvo pelo próprio Luiz que, para correr das agressões, caiu entre mim e o presidiário. O preso correu em direção oposta aos policiais e eu caí no chão (Luiz morreu). Folha - E o que você fez? Ramos - Tive que me arrastar pelo corredor, com a mão levantada, para que não fosse atingido. Folha - Quando você teve mais medo? Ramos - Quando os policiais invadiram. Eles sabiam que os presos iriam nos matar. Achei arbitrária a entrada deles no pavilhão. Rezei muito nessa hora. * Colaborou a Folha Sudeste. Texto Anterior: Motim em Hortolândia acaba com 6 mortes Próximo Texto: Aposentado quer saber como pedir revisão de benefício Índice |
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