São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Boeing-777 aterrissa no Brasil em janeiro

SILVIO CIOFFI
DA REDAÇÃO

Com a observação ``nosso avião chegou na hora certa, foi o trânsito de São Paulo que me atrasou", o presidente mundial da United Airlines, Gerald Greenwald, iniciou entrevista no último dia 19.
Greenwald veio anunciar que a United, primeira companhia aérea a utilizar o novo Boeing-777/200, coloca esse avião na rota entre o Brasil e Miami em janeiro de 1996.
Qualificando o mercado brasileiro de ``muito atraente", Greenwald elogiou a estabilidade econômica e disse que a United pretende somar aos 28 vôos semanais (que passa a operar a partir de 1º de agosto) 7 novas frequências.
Outra novidade decolou em 14 de junho: o vôo sem escalas entre Belo Horizonte e Miami.
Cartão de visitas
A United Airlines é a maior corporação norte-americana entre aquelas em que funcionários -79 mil- detêm a maioria das ações.
Faturou cerca de US$ 14,5 bilhões no ano passado operando mais de 2 mil vôos diários em cinco continentes.
Com sede em Chicago, a companhia tem hoje como cartão de visitas justamente o novo Boeing-777, bijato que ajudou a desenvolver.
Única companhia que já opera o 777, a United planeja incorporar à sua frota um total de 34 desses aviões, 11 serão entregues até o final deste ano.
Cada um deles custa entre US$ 120 e US$ 140 milhões, dependendo dos equipamentos.
No caso dos 777 da United, Greenwald diz que a empresa ``quer dar ao usuário novo nível de comunicação e entretenimento".
Isso deve se traduzir em vídeos interativos para cada poltrona, 19 canais de som, telefone e fax capazes de ligar e receber chamadas.
Greenwald, que iniciou sua carreira na indústria automobilística e trabalhou na Ford e Chrysler, afirma que os aviões são, em geral, projetados visando principalmente boas soluções de engenharia.
``Já o novo 777, desenvolvido com ajuda de profissionais da United, foi desenhado para o passageiro", diz ele, afirmando que o novo Boeing também tem maior espaço interno.
Entre as inovações que dizem respeito à segurança, o Boeing-777 pode voar sem uma de suas duas turbinas por três horas e aterrissar sem problemas.
No capítulo economia de combustível -a United, segundo Greenwald, tem 40% de seus gastos com salários e 14% com combustível-, o novo avião deve gastar 10% menos que seu concorrente, o quadrijato Boeing-747, conhecido como Jumbo.
Fim dos bilhetes
Greenwald disse ainda que haverá eliminação da passagem aérea e que a United já opera vôos nos EUA sem a emissão de bilhetes.
``Num futuro próximo o passageiro poderá fazer reservas por meio de seu computador pessoal e embarcar exibindo documento e um número de código", diz ele.
Essa não-necessidade de bilhete poderá atingir agentes de viagem, pois o usuário poderá, sem auxílio, reservar vôos, marcar assento e até escolher sua comida.
Mas a modernidade tem também um lado otimista para as agências. É que em cidades de trânsito caótico, como São Paulo, enviar o bilhete para o passageiro pode ser mais demorado e mais caro do que parece.

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