São Paulo, sábado, 24 de junho de 1995
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Recontagem comprova fraude no Maranhão

CRIS GUTKOSKI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

O resultado da recontagem parcial divulgado ontem pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) confirma a suspeita de fraude na eleição para deputados federais do Maranhão em 94.
Em 481 urnas apuradas, houve aumento de 15,8% nos votos em branco e de 14,17% de nulos. A coligação PMDB-PFL-PSC-PP, que elegeu a governadora Roseana Sarney (PFL), foi a que mais perdeu na recontagem.
Na nova apuração, 59 candidatos tiveram sua votação reduzida. Entre eles estão os deputados eleitos Sarney Filho, do PFL (perdeu 356 votos), o ex-pefelista Davi Alves Silva, hoje no PMN (perdeu 344 votos), a tucana Márcia Marinho, eleita pelo PSC (perdeu 257 votos) e o peemedebista Roberto Rocha (perdeu 253 votos).
``Somente 25 urnas (das 481) confirmaram o resultado anterior dos boletins eleitorais", afirmou o advogado do PSB, José Antônio Almeida, autor do pedido de recontagem junto com o ex-deputado federal Haroldo Sabóia (PT).
Para o presidente regional do PMDB, João Alberto de Souza, a alteração na votação não foi tão expressiva. ``Ninguém pode segurar a militância", disse.
``Se houve transferência de votos foi entre nós mesmos", afirmou, referindo-se à coligação integrada por seu partido. No total, os candidatos dos quatro partidos que a compõem perderam 2.702 votos.
``É pouco, comparado a um universo de 100 mil votos recontados", disse João Alberto, licenciado do cargo de deputado federal para assumir a Secretaria de Governo do Estado. Foi eleito com 59.848 votos, dos quais perdeu 250 na recontagem.
O resultado é parcial porque ainda falta uma decisão do TRE sobre 70 urnas cujos votos não foram apurados: 58 foram queimadas sem autorização judicial, 10 não foram identificadas, uma foi anulada e outra está no Instituto de Criminalística, em Brasília.
O TRE prevê a divulgação do resultado final em duas semanas. A recontagem foi determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral para 551 urnas, que tiveram menos de 10% dos votos em branco -a média no Estado foi de 21%, o que levantou a suspeita de fraude.

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