São Paulo, sábado, 24 de junho de 1995
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Dólar fica estável na nova 'banda'

FIDEO MIYA; AZIZ FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL E DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O dólar comercial fechou cotado ontem a R$ 0,918 na compra e a R$ 0,920 na venda, que foram exatamente as cotações médias praticadas no dia anterior. Esse comportamento refletiu a tranquilidade com que o mercado financeiro operou no primeiro dia de vigência da nova ``banda" de flutuação do câmbio.
Ao contrário do tumulto de março passado, quando o governo formalizou um piso de R$ 0,88 e um teto de R$ 0,93 para ``banda" cambial e perdeu a batalha do ``ataque especulativo contra o real", desta vez o BC foi eficiente e certeiro, impedindo qualquer movimento especulativo.
Assim como as cotações do dólar, os juros ficaram estáveis e a Bolsa de Valores de São Paulo fechou com queda de apenas 0,38%.
No mercado futuro da Bolsa de Mercadorias & de Futuros (BM&F), as cotações do dólar e as das taxas de juros recuaram ligeiramente, indicando que o mercado não prevê oscilações bruscas para os próximos meses.
A reação foi favorável também no mercado internacional, onde as cotações dos títulos da dívida externa brasileira ficaram estáveis.
Satisfeito com os resultados, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, recomendou aos exportadores observar o comportamento do mercado para avaliar a tendência da taxa de câmbio.
O BC promoveu quatro leilões de compra e venda simultâneas de dólar comercial, um de dólar flutuante (turismo) e outro de venda de títulos cambiais, todos durante a manhã de ontem.
O primeiro leilão foi anunciado às 9h01, na abertura das operações do mercado financeiro e antes do início dos pregões da Bolsa, às 9h30, e da BM&F, às 10h, para os negócios com contratos futuros de dólar e taxas de juros.
Para o diretor de câmbio do Banco CCF, Carlos Marino Calabresi, o recado do BC foi claro: não houve desvalorização do real em relação ao dólar e a cotação da moeda norte-americana vai oscilar dentro dos limites da nova ``banda" -piso de R$ 0,91 e teto de R$ 0,99- sem estar vinculada a qualquer tipo de indexação.
O presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Maurício Schulman, disse que a nova ``banda" abre espaço para uma correção gradual da taxa de câmbio e para uma redução dos juros.
(FM e AF)

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sobre câmbio às págs. 2-4 e 2-8

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