São Paulo, sábado, 24 de junho de 1995
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Embraer enfrenta sua pior crise financeira

Derrota em concorrência nos EUA ameaça recuperação

MARIA REGINA ALMEIDA
DA FOLHA VALE

A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), de São José dos Campos (97 km a nordeste de São Paulo), enfrenta a pior crise financeira de sua história. A empresa acumula prejuízo por cinco anos consecutivos.
A recente derrota na concorrência para o fornecimento de 712 aviões para os EUA ameaça os planos de recuperação da Embraer nos próximos anos.
A empresa participava da disputa com o avião Super Tucano e perdeu para seu concorrente direto, o PC-9, fabricado pela Pilatus, da Suíça. O resultado foi confirmado na última quinta-feira pelo governo dos EUA.
O valor total do contrato era de US$ 7 bilhões. Pelos aviões, a Embraer receberia cerca de US$ 900 milhões. Esse valor foi incluído pela empresa na previsão de faturamento para os próximos nove anos. A expectativa era faturar US$ 7,5 bilhões nesse período.
A possibilidade de vencer a concorrência nos EUA também foi usada para atrair investidores no processo de venda da Embraer. A empresa foi privatizada em dezembro do ano passado.
O presidente da Embraer, Juarez Wanderley, afirmou que a possibilidade de recontratar funcionários ficou comprometida com a perda do contrato.
A previsão era contratar 600 pessoas a partir de 1997, quando a empresa previa ter condições de se recuperar dos prejuízos.
Nos últimos cinco anos, a Embraer demitiu 8.500 funcionários. A empresa tem 3.850 empregados.
Wanderley não soube explicar os motivos que levaram a Embraer a perder a concorrência. A empresa não informou quanto foi investido na fabricação do modelo para testes nos EUA.

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