São Paulo, sábado, 24 de junho de 1995
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Busca de empresas substitui as genealogias

DANIEL PIZA; ELVIS CESAR BONASSA
DA REPORTAGEM LOCAL

As instituições culturais já começaram a perceber que nomes famosos em seus conselhos não ajudam em muita coisa. A ordem agora é buscar apoio institucional de empresas, dispostas a investir na cultura em troca do marketing.
A Sociedade de Patronos do Municipal está nesse caminho. Entre seus 250 associados, guarda lugar para 40 empresas. O Masp também tem cerca de dez pessoas jurídicas entre seus conselheiros.
Edemar Cid Ferreira, presidente da Fundação Bienal, aposta na cooperação da iniciativa privada. ``É preciso ter mais empresas colaborando." Ele diz que a Bienal não tem condições de formar um grupo de associados porque não possui acervo próprio. Funciona apenas com eventos.
A relação entre cultura e iniciativa privada ainda é pouco sólida. As leis de incentivo à cultura, que permitem abater em impostos parte do que foi investido, permanecem subutilizadas.
As próprias instituições culturais não têm organização moldada para negociar com patrocinadores. Caso exemplar é a Fundação Padre Anchieta, que controla a TV Cultura (TV pública de São Paulo). Sofreu corte de recursos públicos e não sabe ainda como vai encontrar dinheiro suficiente junto à iniciativa privada.
É exatamente a diminuição de verbas públicas, não apenas no caso da TV Cultura, que está obrigando as instituições culturais a acordarem para as possibilidades de marketing.
A 22ª Bienal de Artes, no ano passado, foi um exemplo disso. Cada uma das salas foi patrocinada por uma empresa, que ganhou seu nome estampado junto às obras expostas. O inconveniente é que tal forma de patrocínio só serve a eventos específicos, não para a manutenção de programas de atividades ou acervos.
A Sociedade de Patronos do Municipal tenta contornar esse problema, aliando a busca de status com a necessidade de colaborações fixas em dinheiro.
As colaborações, anuais, são organizadas por faixas, à maneira de museus como o Metropolitan. Pessoas físicas são divididas em bronze (R$ 800), prata (R$ 1.500), ouro (R$ 3.000) e platina (R$ 5.000). Empresas têm cinco divisões: corporativa (R$ 5.000), corporativa bronze (R$ 10 mil), prata (R$ 20 mil), ouro (R$ 30 mil) e platina (R$ 50 mil).
(ECB e DP)

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