São Paulo, domingo, 25 de junho de 1995
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Maioria dos líderes não exerce atividade rural

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A formação da bancada ruralista deu projeção a um grupo de parlamentares até então pouco conhecidos. A maioria deles, porém, não exerce atividade rural. Seu vínculo com os produtores agrícolas é basicamente político-eleitoral.
O senador Jonas Pinheiro (PFL-MT), o coordenador da bancada no Senado, não é fazendeiro: ``Nunca tive tempo para plantar, sempre estive envolvido na luta para defender a agricultura".
O deputado federal Hugo Biehl (PPR-SC) é outro líder ruralista distante das atividades agropecuárias. Sua ligação com a frente ruralista é eleitoral: a base política de Biehl, no oeste de Santa Catarina, é formada por pequenos e médios produtores rurais.
Um dos integrantes mais radicais da bancada é o deputado Augusto Nardes (PPR-RS). Quando a bancada do PPR decidiu aderir ao bloco de apoio a FHC, Nardes disse que sua adesão ao governo estaria condicionada à negociação das dívidas agrícolas.
Apesar de seu radicalismo, Nardes também não é produtor rural. É dono de uma fazenda de 320 hectares em Primavera do Leste (MT), mas admite que a área é improdutiva: ``Comprei a terra antes de me eleger deputado, mas nunca tive tempo para plantar".
O deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) é outro radical: defende uma ``greve rural", na qual os produtores rurais ameaçariam o governo com a redução da safra para conseguir mais recursos para financiar o plantio. Engenheiro agrônomo, Colatto também não está plantando no momento.
O deputado Abelardo Lupion (PFL-PR), 42, é o único dos líderes da bancada que foi dirigente da UDR (União Democrática Ruralista). Produtor rural, Lupion tem uma fazenda de 400 hectares no Paraná, onde cria 150 reprodutores de gado nelore, e uma plantação de maçãs. Tem outra fazenda de 5.000 hectares em Rondônia.

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