São Paulo, domingo, 25 de junho de 1995
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Benedita já alisou para `ser bonita'

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

``Já alisei, passei pasta, tudo para entrar no estereótipo da mulher bonita: de pele clara, cabelo liso, feições finas. Agora já podemos assumir nossa negritude", diz a senadora Benedita da Silva.
Há quinze anos, Benedita, 53, cuida dos cabelos com Idalice M. Bastos, 45, a Day (lê-se Dái), dona do salão AfroDay, no Rio.
A cabeleireira é tão importante na vida da senadora (PT-RJ) que foi sua convidada de honra na cerimônia de posse no Senado.
Day conta que seu aprendizado foi longo. ``Cresci ouvindo que o cabelo dos negros era ruim", diz a cabeleireira, que começou a trabalhar aos 14 anos.
Na época, ela usava ferros quentes, pasta e henê para alisar os cabelos -seus e de suas clientes. Agora usa cremes naturais a base de pepino, cenoura, mamona e óleo de rícino.
Benedita acredita que a situação do negro consumidor já melhorou. Há alguns anos, era impossível encontrar maquiagem para a pele negra, por exemplo.
Nilcéia, 33, filha de Benedita, compra os produtos da marca paulista Muene -caros, segundo a senadora.

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