São Paulo, domingo, 25 de junho de 1995
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Temperatura decide sexo

VANESSA DE SÁ
FREE-LANCE PARA A FOLHA

George, o solitário, é o último exemplar de uma das subespécies de tartarugas gigantes (Geochelonia elephantopus) que habitam o arquipélago de Galápagos, no oceano Pacífico.
As tartarugas que ganharam fama depois que Charles Darwin as estudou durante sua viagem no Beagle, no século passado, acabaram se tornando presas do homem.
Já nos séculos 16 e 17, piratas usavam as ilhas como rota de fuga.
"Como as tartarugas conseguem ficar até um ano sem beber ou comer, eles as capturavam e enchiam os porões de seus navios para usá-las como estoque de carne, diz Débora Faria.
Mas o homem não é a única ameaça às tartarugas. Elas possuem características que as predispõem ao risco natural de extinção.
Isso acontece, por exemplo, quando mudanças nas condições ambientais aumentam a taxa de morte entre adultos ou jovens.
A maioria delas, apesar de viverem muito -há registros de indivíduos em Galápagos com idade superior a 200 anos- demoram muito tempo para atingir a maturidade sexual.
Além disso, o sexo é determinado pela temperatura na qual o ovo é chocado.
Isso faz com que temperaturas extremamente altas ou baixas impeçam o desenvolvimento dos ovos ou que, dependendo da temperatura do ninho, nasçam mais machos ou fêmeas.
A consequência: a proporção entre os sexos pode mudar muito, afetando a população como um todo.
As cerca de 225 espécies de Chelonia (um dos grupos no qual são divididos os répteis) vivas não incluem só as tartarugas, nome como são conhecidas as espécies marinhas. Os quelônios também incluem os jabutis, totalmente terrestres, e os cágados, de água doce.
O Brasil possui cinco das sete espécies marinhas.

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