São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995
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Antropólogo e professor estão juntos há 10 anos

'Temos amor e paixão incandescentes'

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

O antropólogo Luiz Mott, 49, e o professor de História Marcelo Ferreira, 29, comemoraram, durante a conferência da Ilga, dez anos de união e um ano de casamento ``oficial".
Militantes do GGB (Grupo Gay da Bahia), eles se dizem apaixonados. ``Temos amor e paixão incandescentes", afirma Ferreira. ``Em meu testamento, determinei que meu patrimônio seja dividido entre Marcelo e minhas duas filhas", disse Mott, que já foi casado com uma mulher e teve relacionamentos longos com outros três homens.
Negro, Ferreira disse ter ficado ``em estado de choque" com a reação ao artigo em que Mott levantava a possibilidade de Zumbi dos Palmares, líder negro na época dos quilombos, ser homossexual.
Setores do movimento negro protestaram contra a ``difamação" de Zumbi. Manifestantes não-identificados chegaram a escrever ofensas na casa e no carro de Mott.
``Não esperava esta atitude do movimento negro. Afinal, os negros representam um setor sofrido e discriminado", afirmou ele. Para Ferreira, esta reação mostrou ``que um gay não vale nada".

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