São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995
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BH recupera único prédio que restou de sua origem

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O único casarão que restou do antigo arraial do Curral Del Rey -local que deu origem à cidade de Belo Horizonte (MG)- será recuperado pela iniciativa privada.
A obra vai incluir trabalhos de reforma (troca de peças antigas por novas) e restauração (recuperação das peças originais) do prédio, além da construção de um anexo.
A Prefeitura de Belo Horizonte e a Sucesu-MG (Sociedade dos Usuários de Informática e Telecomunicações de Minas Gerais) assinam hoje o acordo de recuperação do casarão, que desde 1943 abriga o museu Abílio Barreto.
Serão gastos na obra R$ 1,2 milhão, nove vezes mais que o orçamento anual do museu, que retrata a história da capital mineira.
A recuperação do museu faz parte dos preparativos para o centenário de Belo Horizonte, a ser comemorado em 1997, quando as obras deverão estar concluídas.
O casarão foi construído por volta de 1880 e sua arquitetura tem forte influência do período colonial brasileiro. ``A casa é o principal acervo do museu", diz a historiadora Letícia Julião, 35.
O casarão está situado no Cidade Jardim, bairro nobre da zona sul de Belo Horizonte, e ocupa uma área total de 3.370 metros quadrados (pouco menos que a metade de um campo de futebol).
O prédio está envolvido por uma ampla área verde, onde se pretende implantar um projeto paisagístico.
A restauração e a reforma vão atingir o telhado, parte elétrica e todas as madeiras, que serão imunizadas contra cupins e insetos.
No terreno do museu, será construído um anexo com 1.752 metros quadrados.
``Temos um acervo valiosíssimo que não temos como expor. Por isso, é muito importante a construção do anexo", diz Julião.
O acervo reúne coleções de objetos, cerca de 4.000 fotos, mapas, projetos e documentos que contam a história de Belo Horizonte.
Entre os objetos, destacam-se uma locomotiva que serviu à construção da cidade, um bonde e o altar em madeira policromada da antiga igreja da Boa Viagem, demolida durante a construção da capital. A restauração do acervo faz parte de uma segunda etapa do projeto.
A obra será financiada por 22 empresas associadas à Sucesu-MG, por meio da lei municipal de incentivo à cultura.
A lei proporciona aos contribuintes destinar até 20% do ISS (Imposto Sobre Serviços) devido à prefeitura para o Fundo de Apoio à Produção Cultural de Belo Horizonte.

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