São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995 |
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Empate no interior ajuda Portuguesa
MATINAS SUZUKI JR.
O time do Canindé fica com sete pontos no seu grupo, três à frente do Corinthians, que tem obrigação de vencer o confronto direto entre os dois, no próximo sábado. Com o empate de ontem na chamada Califórnia brasileira, as chances do Santos -que tem um ponto solitário em dois jogos- chegar à final do Campeonato Paulista ficam bastante reduzidas. (Mas não são impossíveis, pois o time praieiro disputa ainda 12 pontos nas próximas rodadas). Ficam aprovados os clássicos com gosto de (bom) chope do exílio, parodiando o ex-exilado presidente brasileiro, FHC. A chegada ao estádio teve organização de Primeiro Mundo. Filas organizadíssimas para a entrada, pasme, dos Gaviões da Fiel e demais torcidas corintianas. Se Ribeirão é a nossa Califórnia, o estádio Santa Cruz, do time do Botafogo, foi o nosso Rose Bowl, com duas ressalvas: o velho placar e a má iluminação. (Em parte, estes problemas são explicados, segundo a direção do Botafogo, pelos fortes ventos que sopraram pela manhã na cidade. Choveu o dia todo e fez frio). O jogo foi uma espécie de imagem do mundo contemporâneo: pendeu para a direita. As arrancadas de Marcelinho pelo flanco foram decisivas para o Corinthians. As cortinas ainda subiam para abrir o espetáculo e Marcelinho sofria um pênalti. Ele mesmo executou e converteu, dando ilusão de uma vitória fácil do Corinthians. Foi aí que o lado direito do Santos, com Macedo acionado pelo meio-campo, começou a funcionar, ajudado pela má jornada do lateral Silvinho, do Corinthians. Depois de três jogadas pela direita, o lateral santista Ronaldo fez longo lançamento para Macedo que ganhou de Silvinho e empatou, ao 11min do primeiro tempo. O jogo, que começou alucinante, reduziu a intensidade. Aos 24min, Zé Elias lançou Marcelinho. Este virou para Marques, que cruzou. Viola, ontem de chuteiras prateadas, antecipou-se à zaga e fez 2 a 1. Aos 6min, Macedo cobrou escanteio pela direita e Giovanni empatou o jogo, de cabeça. O Corinthians teve muitas oportunidades para marcar mais gols (Tupãzinho perdeu duas e Viola uma). Mas ontem era um personagem com olhos de ressaca. Pinga e Silvinho falhavam na defesa, Tupãzinho, perdido no meio do canavial ribeirão-pretano, não ajudava a criar alternativas para agredir a frágil defesa santista. Além de Macedo, o Santos tinha a genialidade de Giovanni. Com a sua sequência de dribles, lançamentos e cabeçadas, perturbou e não se deixou marcar. No final, mais disposto dentro do campo, o Santos tinha mais energias para vencer o jogo na noite que já brilhava no céu. Próximo Texto: Silvinho joga mal e acaba expulso Índice |
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