São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995 |
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Cinema e jornalismo se encontram em ciclo
DA REDAÇÃO A mostra ``Jornalismo e Cinema", que a Sala Cinemateca exibe em São Paulo a partir de sábado, 1º de julho, procura rastrear, através de 28 filmes, os vários aspectos das relações entre essas duas atividades.A mostra, promovida pela Unicamp e pela Folha, será exibida na Cinemateca do MAM, no Rio, a partir de 12 de julho. Quando o jornalista registra um fato (um crime, um jogo de futebol, uma guerra etc.), está trabalhando no mesmo registro do cineasta: a apreensão, reconstituição e interpretação do mundo exterior é que norteiam seu trabalho. Esse aspecto do cinema poderá ser visto em filmes como ``Brasil Verdade" (1965/68), quatro documentários com produção de Thomaz Farkas, ou ``Opinião Pública" (1967), de Arnaldo Jabor. Em ambos -embora de modos diferentes- o que orienta a realização cinematográfica é o desejo de captar "in loco aspectos da realidade. Em ambos, o cinema confunde-se com a idéia jornalística de ``grande reportagem". O jornalismo também pode ser inspiração para o cinema. Pode-se lembrar o cineasta alemão Fritz Lang, que desenvolveu boa parte de seus roteiros a partir de notícias publicadas em jornais. Um bom exemplo desse registro é ``Correspondente Estrangeiro" (1940), de Hitchcock, em que um repórter se envolve num caso de espionagem. Em ``Alphaville" (1964), de Jean-Luc Godard, o herói-jornalista Lemmy Caution comenta, a horas tantas, que jornalista e justiceiro começam com a mesma letra. Também nos brasileiros ``O Desafio" (1965) e ``Terra em Transe" (1967), jornalistas aparecem associados à luta contra o totalitarismo. Nesse sentido, postula-se como papel da imprensa a tarefa de enfrentar os poderes constituídos e as imposturas em geral. LEIA MAIS sobre "Jornalismo no Cinema" na pág. 5-7 Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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