São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995
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Israelenses matam dois palestinos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Soldados israelenses mataram ontem dois manifestantes árabes e deixaram 50 feridos na Cisjordânia, durante protestos pela libertação dos palestinos detidos pelo país.
Segundo testemunhas, os soldados começaram a atirar contra manifestantes que jogavam pedras.
As tropas tentavam conter o protesto, que avançava em direção à prisão de Jneid, a maior da Cisjordânia. Os soldados teriam também atirado gás lacrimogêneo e granadas.
Anteontem, pelo menos 12 pessoas ficaram feridas em confrontos entre manifestantes e o Exército de Israel na Cisjordânia.
Os protestos surgiram em solidariedade aos mais de 5.000 presos palestinos que estão em greve de fome desde o domingo passado.
Na faixa de Gaza, um militante palestino se matou ao explodir uma carroça puxada por um burro, cheia de explosivos. Três soldados israelenses ficaram feridos na explosão.
A família o identificou como Mauia Roka, 22, e disse que ele era membro do grupo guerrilheiro islâmico Hamas. O grupo assumiu o atentado.
O Hamas tinha avisado Israel na semana passada que a trégua não-oficial com o governo israelense tinha acabado, depois da morte de um dos líderes do grupo islâmico Jihad (Guerra Santa Islâmica), Mahmoud al Khauaja.
A Jihad acusou Israel pelo assassinato, ocorrido na quinta-feira, e disse que vingaria morte do líder.
O palestino detonou a carroça próximo a um jipe israelense na área de colonização judaica no sul da faixa de Gaza (sob governo palestino).
Tanto a Jihad quanto o Hamas promoveram vários atentados com carro-bomba desde o acordo de paz entre Israel e a Organização pela Libertação da Palestina (OLP), em 1993.
Os dois grupos discordam do acordo de paz, que previa autonomia palestina na faixa de Gaza e na cidade de Jericó (Cisjordânia).
A carreta explodiu horas antes do encontro entre o presidente da OLP, Iasser Arafat, e o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Shimon Peres, para discutir a autonomia na Cisjordânia.
Os dois disseram que vão respeitar o prazo de 1º de julho para chegarem a um acordo sobre o assunto.
Ontem, Israel expulsou do país Fathía Chkaki, mulher do líder da Jihad, Fathi Chkaki.

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