São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995 |
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Andrade Vieira defende mais concessões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O ministro José Eduardo de Andrade Vieira (Agricultura) defendeu ontem que o governo faça mais concessões aos agricultores e pecuaristas.Segundo ele, o percentual de dívidas agrícolas vencidas a ser negociado poderá chegar a 50%, superando os 30% firmados no recente acordo entre o governo e a bancada ruralista (formada por parlamentares ligados ao setor agropecuário). “O Banco do Brasil tem de ser mais flexível nessa negociação. O acordo fechou em 30%,mas, se o banco enrijecer nesse percentual, vai prejudicar muita gente”. Segundo ele, “o banco tem de ver caso a caso”. Ele defendeu flexibilidade nas negociações das dívidas referentes ao financimento da safra passada (94/95). O ministro disse ontem que o presidente Fernando Henrique Cardoso aceita que o governo seja “condescendente”com os inadimplentes da última safra. Segundo ele, “houve uma perda de renda com a alta taxa de juros, a alta dos insumos, e o preço baixo (do produto agrícola) na hora da comercialização”. Andrade Vieira criticou o rigor do Banco do Brasil no cumprimento do acordo fechado com a bancada ruralista. “Tenho recebido reclamações de que o banco não está sendo flexível. Acho que deve ser”, disse. O ministro afirmou ter feito esse pedido à direção do banco há 20 dias (antes, portanto, do acerto entre o governo e os ruralistas). O acordo foi selado com a Frente Parlamentar da Agricultura no último dia 8 de junho, um dia depois da aprovação da emenda que quebra o monopólio da Petrobrás sobre a exploração do petróleo, em primeiro turno, na Câmara, onde a frente soma 1342 votos. Na ocasião, ficou acertada a renegociação de uma parcela entre 20% e 30% das dívidas que vencem até 31 de dezembro deste ano, passando a corrigí-la pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) em substituição à TR (Taxa Referencial de Juros). Os agricultores também conseguiram substituir a TR por uma taxa fixa de 16% ao ano para novos contratos de financiamento agrícola (até o valor de R$ 150 mil). Andrade Vieira disse que existem, “no máximo, 30 mil devedores”, de um total de 2 milhões de agricultores. “É muito pouco”. Ele também afirmou que a quebra dos termos do acordo não exigirá nova negociação. “Esse acordo foi tão trabalhoso”, que mexer nele seria um desastre”. Texto Anterior: FHC faz defesa de acordo firmado com os ruralistas Próximo Texto: BID promete mais verba para área social Índice |
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