São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Passando recibo; Balança; Modéstia à parte; Filiação; Devo, não nego; Fazendo de morto; Quórum a pulso ; Desperdício

Passando recibo
FHC não se conteve ontem, quando o líder do PP, Odelmo Leão, disse que os ruralistas ainda têm reivindicações. ``Só se for para acabar com os juros e a correção monetária", reagiu. A frase mostra quanto o governo já cedeu.

Balança
Dois fatores pesaram na decisão do governo de ir à votação na questão dos juros. Primeiro, o levantamento, bancada por bancada, dos dissidentes. E o temor de que, se ficasse para agosto, os parlamentares ouviriam as ``bases" reclamarem durante o recesso.

Modéstia à parte
Líder ruralista que diz estar ``dando um show no Congresso", Nelson Marquezelli blefou alto demais na questão dos juros de 12%. O governo minou sua base e ele próprio acabou nem votando pela urgência do projeto ontem.

Filiação
Anteontem, membros do PPR, PP e PTB que esperavam em São Paulo o vôo para Brasília reclamavam do anunciado fim das indicações políticas na CEF. ``O Cutolo não é do PT?", indagou um, falando do presidente da Caixa.

Devo, não nego
Governador do Acre, Orleir Cameli avisou a Previdência que não paga mais a dívida do Estado com o INSS. O ministério revidou suspendendo os repasses de verbas federais ao Acre. Diante do impasse, o caso foi levado a FHC.

Fazendo de morto
As denúncias contra Marcelo Azeredo, presidente da Codesp, fizeram o indicado do PMDB paulista balançar no cargo. Mas quem conhece o governo e as forças que o apóiam aposta que ele só cairá se o caso for mais adiante.

Quórum a pulso
Sarney mudou a sessão solene em homenagem ao presidente da Itália do plenário da Câmara (513 lugares) para o do Senado (81 lugares). Quebrou a tradição, mas deu ao homenageado à impressão de comparecimento maciço.

Desperdício
Ministro responsável pelo orçamento federal, Serra recebe hoje do senador Carlos Wilson (PSDB) relatório das obras inacabadas existentes no país. Só hospitais, diz, são mais de 1.700.

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