São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Bangu 1 registra a primeira fuga

RITA FERNANDES; FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Erramos: 30/06/95
Por um erro de informática, foto relativa à fuga de presos de Bangu 1 foi publicada, em alguns exemplares, de cabeça para baixo na página 3-1 do caderno Cotidiano de 28/6.
Bangu 1 registra a primeira fuga
Três presos fugiram ontem de madrugada da penitenciária Laércio Pelegrini da Costa, o presídio de segurança máxima Bangu 1 (zona oeste do Rio), para presos considerados altamente perigosos.
É primeira fuga desde que o presídio foi inaugurado, em junho de 1988. Há suspeita de conivência de agentes penitenciários e policiais militares com a fuga.
Os fugitivos são Cláudio Gonçalves de Araújo, 24, Wellington de Oliveira, 27, e Adílson Camargo, 27. Todos são condenados por sequestro e assalto.
Cinco presos iniciaram a fuga. Eles serraram as grades das celas, na galeria B, e o teto do solário (corredor com teto gradeado, entre as celas, onde presos tomam sol).
Depois, correram cerca de 20 m até o muro do presídio e usaram uma teresa (corda feita com lençóis) para escalar o muro de 7 m de altura e coberto por arames farpados.
Os presos Édson Sodré Teixeira, 33, e Washington dos Santos, caíram da corda e não conseguiram sair. O alarme do presídio só foi acionado às 6h30, quando os policiais encontraram Teixeira e Santos caídos perto do muro.
Teixeira e Santos prestaram depoimento e disseram que a fuga teria começado às 4h30. Os sete agentes penitenciários e os quatro PMs de plantão disseram não ter visto nada.
A direção do Desipe (Departamento de Sistema Penitenciário) não permitiu a entrada em Bangu 1. Os peritos encontraram a corda, cinco limas e as grades serradas.
Para sair do presídio, os fugitivos tiveram que passar por uma série de obstáculos, que incluía vários guardas e um circuito interno de TV. Nada detectou a fuga.
Para serrar o teto do solário, que fica a cerca de 4 m do chão, os fugitivos teriam que utilizar um apoio qualquer, o que chamaria a atenção dos guardas.
No corredor do solário, há uma guarita com um guarda 24 horas, protegido por um vidro que só dá visão de dentro para fora. Esse guarda disse não ter visto nada.
A corda foi lançada num ponto do muro que fica entre duas guaritas, cada uma a cerca de 15 m de distância. Os dois vigilantes também disseram não ter visto nada.
O Desipe abriu sindicância interna para apurar se a fuga foi facilitada. Os agentes penitenciários estão detidos na 34ª DP. Os quatro PMs estão presos no 14º Batalhão.

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