São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Exportação cai com nova 'banda'

FIDEO MIYA; LILIANA LAVORATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

LILIANA LAVORATTI
O movimento de contratos de câmbio de exportadores e importadores registra um saldo negativo de US$ 14 milhões nos primeiros 26 dias deste mês. É a primeira vez que isso acontece neste ano.
Desde quinta-feira última, quando o governo anunciou a nova ``banda" cambial (limite máximo e mínimo para a flutuação do dólar, fixados, respectivamente, em R$ 0,99 e em R$ 0,91), as compras dos importadores estão superando as vendas dos exportadores.
Desde então, a média diária das vendas de exportação caiu de US$ 208 milhões para US$ 142 milhões, enquanto a das compras de importação subiu de US$ 204 milhões para US$ 242 milhões.
Segundo os analistas de mercado, os exportadores estão adiando as vendas e os importadores estão antecipando as compras por conta da expectativa de alta do dólar.
O saldo cambial do mês ainda é positivo em US$ 454 milhões, por conta de um superávit de US$ 468 milhões nas transações financeiras. As entradas de capital no país (para aplicações em Bolsas ou em títulos) somaram US$ 3,633 bilhões e as saídas, US$ 3,165 bilhões.
O comportamento dos exportadores começa a gerar apreensão no mercado, onde circulam rumores de um saldo negativo em torno de US$ 800 milhões no volume físico da balança de exportação e importação de junho.
Em Brasília, o ministro Pedro Malan, da Fazenda, descartou a hipótese de uma desvalorização acentuada do real.
Em debate sobre o primeiro ano do Plano Real na Câmara dos Deputados, Malan disse que o plano de estabilização ``seria jogado para o espaço" se o governo decidisse usar apenas a desvalorização do real para equilibrar as contas externas do país.
Além da correção da taxa cambial, Malan defendeu o controle do crescimento da economia e a redução do chamado ``Custo Brasil" como providências necessárias na agenda do segundo ano do Plano Real.

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sobre o câmbio nas págs. 2 e 4

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