São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 1995
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Polícia do Pará prende mulher que acusou Paiakan de estupro

LUÍS CURRO
DA AGÊNCIA FOLHA

A dona de casa Silvia Leticia Ferreira, 21, foi presa na delegacia de Redenção (750 km ao sul de Belém-PA), acusada de tentar passar ``instrumentos de fuga" para seu marido, preso no local.
Leticia ficou conhecida em 1992 ao acusar o líder indígena caiapó Paulinho Paiakan de estuprá-la.
Na última quinta-feira, ela foi visitar seu marido, o agricultor Roberto Cruz, condenado por homicídio, carregando uma garrafa térmica.
``Ao revistá-la, um policial agitou a garrafa e percebeu que estava vazia", disse o investigador Edi Carlos Miranda.
"Ele ficou desconfiado e descobriu que a garrafa tinha um fundo falso", afirmou.
Dentro da garrafa, segundo o policial, havia duas pequenas serras, uma furadeira com broca e um estilete.
Silvia Leticia foi presa em flagrante por crime de facilitação de fuga. Caso condenada, pode pegar até dois anos de prisão.
A polícia não permitiu que Leticia conversasse por telefone com a Agência Folha.
Após a denúncia de Silvia Leticia contra Paiakan, em 92, foi instaurado processo e o líder indígena ficou, por mais de dois anos, cumprindo prisão domiciliar na aldeia Aukre, próxima a Redenção.
No julgamento do caso, em novembro do ano passado, o juiz Élder Lisboa Costa absolveu o chefe indígena Paulinho Paiakan por falta de provas.

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