São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Mercado e promoção mudaram panorama
DANIEL PIZA
Senise, que foi do Ateliê da Lapa, um dos principais redutos da Geração 80, acha que o ``caráter festivo" da época se deveu a fatores diversos, não só à promoção. Em especial, ao mercado. ``Aqui ninguém se organizou, as instituições artísticas são muito fracas. O mercado é que sustentou a Geração 80", diz. Para ele o mercado não só deu espaço para os jovens, a partir de 1983, mas também foi importante para os artistas mais velhos, sem distinção de estilo, como Luiz Áquila, Waltércio Caldas, Cildo Meireles ou Dudi Maia Rosa. ``A idéia de que houve uma ruptura é falsa", diz. Senise acha que ela é fruto de uma necessidade de rotulação. ``A imprensa precisa ter justificativas rápidas e palatáveis. A classificação por gerações, claro, é um reducionismo." Senise concorda, no entanto, que a Geração 80 se esmerou na autopromoção, contando com marchands que souberam encontrar compradores para a arte jovem. ``Todos tivemos que aprender a lidar com a promoção." Senise observa que, se no exterior artistas como o italiano Francesco Clemente apareciam em anúncios da griffe Comme des Garçons, também se escreviam muitos artigos e livros sobre ele -o que não ocorria aqui. Para ele a excessiva badalação em torno da Geração 80 foi prejudicial, mas ao menos lançou alguns bons artistas, como Leonilson, ``embora o trabalho deles tenha amadurecido mais para o final da década". Senise diz que seu próprio trabalho amadureceu ``de seis anos para cá". Texto Anterior: Todos vencem na guerra das big bands Próximo Texto: `Hoje se dá atenção à obra' Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |