São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 1995
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Artigos de reflexão; Monopólios e neoliberalismo; Censura aos Paralamas; Saúde na UTI; Juca Kfouri; Aids e preconceito; Carros populares; Elogios ao parque; Criança na escola

Artigos de reflexão
``É por artigos como o publicado em 23/6, `Coerentes e desinteressados', do articulista Janio de Freitas, e o denominado `Antropologia' de Otavio Frias Filho, publicado em 22/6 na Folha, que me sinto satisfeito por ser assinante e ter indicado mais de cem amigos que se tornaram assinantes da Folha. Os articulistas citados têm realizado verdadeiras reflexões a respeito da política econômica e social do país."
Isaias Ribeiro (Manaus, AM)

Monopólios e neoliberalismo
``Há algum tempo venho acompanhando, pela Folha, as discussões sobre as reformas e reestruturações pretendidas pelo governo FHC. Tenho sentido um grande desconforto causado pela superficialidade com que os debates aparecem no jornal. A caracterização da quebra dos monopólios estatais como disputa entre os `espertos' que perceberam que a nova ordem mundial passa pelas reformas neoliberais, de um lado, e, de outro, os `otários' presos a velhos dogmas apodrecidos é, sem dúvida, insatisfatória. Com certeza, os primeiros não são apenas espertos, nem os segundos apenas otários. A imprensa faria uma grande contribuição se ajudasse a esclarecer as coisas. Quais são as verdadeiras bases do debate, quais são os interesses deste ou daquele grupo que está por trás dos rótulos. A imprensa tem mostrado os diversos `lados' da disputa, mas, como bem disse o ombudsman, deixando que o leitor se vire para saber quem diz a verdade. Enfim, gostaria de manifestar meu modesto apoio ao artigo publicado no dia 18/6 (`Unanimidades burras, burrices divergentes')."
Carlos Magalhães (Belo Horizonte, MG)

Censura aos Paralamas
``Parabenizo esse conceituado jornal pelos editoriais `O fantasma da censura' e `Congresso sem paralamas', de 29/6."
Guaracy Freitas (Brasília, DF)

``A música `Luiz Inácio (300 Picaretas)' não deve mesmo ser difundida, pois não reflete o atual perfil dos parlamentares. Sua execução só teria sentido se os Paralamas atualizassem a letra, mencionando o recente abaixo-assinado pela `reestruturação dos gabinetes'. Aí sim ela poderia ser executada livremente, mas com novo título: `Luiz Inácio (375 Picaretas)'."
Paulo Rogério Carraturi (São José dos Campos, SP)

Saúde na UTI
``Tenho acompanhado pela Folha a luta do ministro Jatene por uma solução para a situação caótica da saúde. Saber que os ministros da área econômica nem sequer comparecem à reunião marcada com FHC só demonstra a total insensibilidade desses homens públicos, que, parece, só sabem lidar com números que não refletem a realidade da situação de `quebradeira' que `rola' aqui embaixo. Pode ter certeza, ministro Jatene, que para nós da população sua briga aí em cima não está passando despercebida."
Noemi de Oliveira Seravalli (Maringá, PR)

``Infelizes, ultrajantes, revoltantes. Estes e outros adjetivos podem ser aplicados às idéias do secretário do Tesouro, Murilo Portugal. Durante reunião em 29/6 com o ministro da Saúde, Portugal teve o disparate de defender a idéia da cobrança pelos atendimentos hospitalares e a redução da quantidade de pessoas atendidas. E mais: afirmou que o doente pensaria duas vezes antes de buscar socorro em um hospital público se tivesse que pagar. Como se as pessoas fossem aos hospitais por lazer. Em que esse senhor acredita? Está se referindo a seres humanos, a pessoas que pagam por esse serviço, que infelizmente não é prestado."
Wanderley Gonelli Gonçalves (São Paulo, SP)

Juca Kfouri
``Caro Juca: você sempre foi um jornalista brilhante. Agora, estando na Folha, enriquece bastante o que o zelador carrega para a porta da gente de manhã. Naturalmente, a independência e essa ``É hora de pôr a nu negociatas do esporte" podem ser bastante salutares para o esporte e instigantes para nossa curiosidade. Um abraço e também a solidariedade corintiana."
Tom Zé, cantor e compositor (São Paulo, SP)

Aids e preconceito
``Ao ler a reportagem `Saúde reintegra aluno com Aids em escola de Brasília' (29/6), fiquei extremamente preocupada com a declaração da diretora do colégio à Folha. Nos dias de hoje, podemos até acreditar que pessoas que não têm acesso a jornais e televisão não tenham conhecimento de como lidar com um soropositivo. Mas uma diretora de colégio tem por obrigação saber o que é um soropositivo e seus meios de contaminação. Parece que o problema dela vai muito além disso: é o preconceito, sentimento que nem jornais, nem televisão ou rádio podem reverter."
Suzana Rodrigues Muller (São Paulo, SP)

Carros populares
``Leio nos jornais que os pátios das montadoras estão lotados de automóveis. Se fossem dos tipos populares, estariam? Por que então o ágio, principalmente no Corsa 1.000 (Wind)? Basta ler nos jornais: média de R$ 2.000 acima da tabela e, pior, nas próprias concessionárias. O que está faltando ao governo é mão firme. Deveria obrigar as montadoras a primeiro entregar os carros populares a preço de tabela, o que já não é pouco: cerca de US$ 3.000 a US$ 4.000 a mais que anos atrás, com motores inferiores. Só depois de suprir o mercado dos populares eles estariam autorizados a fabricar carros de luxo."
Olavo Principe Credidio (São Paulo, SP)

Elogios ao parque
``Politicamente correto é admitir o que de bom é proporcionado ao povo, independentemente da cor ou bandeira do partido ou político no poder. Após tanto tempo abandonado, o parque da Independência ressuscitou. É hoje orgulho dos moradores da região e dos visitantes do Museu do Ipiranga. Em pleno inverno, os jardins resplandecem, tanto o vigor e o trato. Há segurança, lazer e cultura num mesmo espaço. Há motivos para orgulho: daqueles que nos brindaram com a reforma e do povo que o frequenta."
Maria da Glória Perez (São Paulo, SP)

Criança na escola
``Dia 29/06, a Folha noticiou a iniciativa da Prefeitura de Santos de criar o programa `Toda Criança na Escola', que tem como objetivo zerar a evasão escolar na cidade. O destaque demonstra mais uma vez a sensibilidade deste jornal para os temas afetos à construção da cidadania dos brasileiros. Gostaria, no entanto, de corrigir pequenas omissões. A mais importante é o fato de não ter ficado claro que o programa vai atingir todos os alunos da rede pública, municipal e estadual. Desta, decorreu uma outra. O quadro publicado ao lado da reportagem só computa os alunos de primeiro grau do município, 18 mil. Na verdade, o universo de alunos do programa é 50 mil, somando-se os 32 mil da rede estadual."
Fábio Santos, chefe do Departamento de Comunicação da Prefeitura Municipal de Santos (Santos, SP)

``A matéria publicada pelo caderno Cotidiano (29/06) sobre o programa relativamente barato que a Prefeitura de Santos está implantando com o objetivo de zerar o abandono do estudo pelas crianças antes de completarem o primeiro grau, nos dá um bom exemplo de como devem ser formuladas as políticas públicas. O governo do Estado precisa buscar uma alternativa criativa para seus programas sociais, evitando a atual sistemática de repasse de verba às entidades sociais que em certos municípios assumem completamente a responsabilidade pela oferta de um determinado serviço público, em troca do recebimento, em data incerta, de uma `ajuda' governamental quase simbólica."
Hamilton Pereira, deputado estadual pelo PT (São Paulo, SP)

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