São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995
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Jornalista critica comunicação sobre saúde e alerta para risco à sociedade

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os médicos não sabem se comunicar com a imprensa, que não sabe se comunicar sobre medicina com a sociedade, que, por isso, pode ter problemas de saúde.
Essa constatação é da tese de mestrado de José de Sá, 30, ``Medicina e Jornalismo: Comunicação em Exame", defendida no Instituto Metodista de Ensino Superior, em São Bernardo do Campo (SP).
Jornalista, diabético, Sá fez entrevistas sobre o assunto, com jornalistas, médicos, diabéticos e usuários de sistemas de saúde.
Pelo lado dos médicos, constatou que eles não têm preparo para lidar com jornalistas. ``Grande parte diz que não gosta de dar entrevistas por medo de a informação ser distorcida, comprometendo o próprio entrevistado".
Já os jornalistas concordam com a ocorrência de distorções e defendem, na maioria, uma especialização dos profissionais que cobrem áreas como saúde e ciência.
Já os diabéticos, como Sá, e usuários do sistema de saúde ou desconfiam dos dados apresentados pela imprensa ou os consideram incompletos e insuficientes.
``Um jornal de Belo Horizonte chegou a noticiar que não haveria problemas em um diabético ingerir açúcar", conta Sá. ``Uma informação dessas pode até matar."
Segundo a pesquisa, 37,2% das pessoas obtêm informação sobre saúde em programas de televisão e 32,6%, em jornais ou revistas.
A tese traz levantamento sobre diabetes no país, mostrando a necessidade de um acompanhamento especializado -e contínuo- nos meios de comunicação.
(FR)

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