São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995 |
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Desvalorização deve ser rápida
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
O presidente da Rhodia e membro do conselho do grupo francês Rhône-Poulenc, Edson Vaz Musa, disse que o governo ``vai e tem de" desvalorizar o real em ritmo mais rápido do que a inflação no segundo semestre, combinando o movimento com corte nos juros. ``A economia já está desaquecida o suficiente para isso. Em alguns setores, está desaquecida demais", afirmou Musa. ``É necessário que o Banco Central sinalize que a banda cambial máxima, de R$ 1 valendo US$ 0,99, precisa ser posta em prática", disse o diretor titular do Departamento de Economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Boris Tabacof. Tabacof afirmou que a Fiesp não prega alteração na política cambial nem desvalorizações bruscas da moeda, mas defende que o real ``vá se movimentando na direção correta." O empresário acredita que as medidas para conter as importações foram insuficientes para ``trazer saúde às contas externas, o que é fundamental para o país." Também o diretor titular do Departamento de Comércio Exterior da Fiesp, Luiz Fernando Furlan, afirmou que, sem alteração no câmbio, não é possível, a curto e médio prazo, acabar com o déficit na balança comercial (importações e exportações) do país. Segundo Furlan, o Brasil fecha o primeiro semestre com um déficit comercial entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões. O presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, diz que a desvalorização mais rápida do real é uma teoria que, ``na realidade, é de difícil aplicação". Ele não quis fazer nenhum outro comentário sobre o assunto. Para Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, o objetivo do governo é fazer com que a economia brasileira entre em recessão para reduzir o déficit na balança comercial. Segundo Pastore, a taxa cambial está sobrevalorizada em 30%. Colaborou a Sucursal do Rio Texto Anterior: Investimento requer definição cambial Próximo Texto: Recursos poderão ser usados na privatização Índice |
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