São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995 |
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Créditos duvidosos envolvem até o governo
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Considerando os dois tipos de operação, o Banespa acumula hoje um prejuízo de US$ 6,5 bilhões. São US$ 3,5 bilhões devidos pelo governo paulista e o restante por empresas privadas falidas ou em situação precária. No caso dos empréstimos ao governo paulista, trata-se de uma ilegalidade, segundo pensa a comissão interventora. Isso porque nenhum banco pode emprestar dinheiro a seu acionista controlador. No caso dos empréstimos ao setor privado, a comissão interventora identificou casos em que a ``operação foge à boa técnica bancária", conforme o jargão dos burocratas. Trata-se de uma irregularidade que pode evoluir para a ilegalidade, caso se comprove, como é a suspeita, que os empréstimos foram concedidos para atender amigos ou correligionários dos governadores da época. Todos os problemas relacionados pela comissão interventora ocorreram quando eram governadores de São Paulo Orestes Quércia (15/3/87 a 15/3/91) e Antonio Fleury Filho (15/3/91 a 1º/1/95). A comissão interventora já encaminhou representações à Procuradoria Geral da República. É a Procuradoria que vai decidir se há crime naquelas operações e quais seriam os responsáveis diretos a serem acusados na justiça. O fato de alguém ter sido diretor do Banespa no momento em que foi cometida uma irregularidade não é suficiente para incriminar essa pessoa. Na verdade, verificou-se que muitos diretores nem ficavam sabendo do que se passava nas relações entre o governador e alguns outros diretores. Texto Anterior: Auxiliar de Covas deu aval a empréstimos suspeitos Próximo Texto: Projeto quer prisão de até 3 anos para racismo Índice |
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