São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tradição move anfitriões

Time quer manter costume de vencer o torneio em casa

MARCELO DAMATO
DO ENVIADO AO URUGUAI

A seleção uruguaia chega sem confiança a seu maior desafio dos últimos anos.
A equipe precisa defender a tradição de jamais ter perdido uma Copa América disputada no Uruguai (esta é a sexta).
Quer também sepultar a fama de potência futebolística do passado -mas não do presente.
Vencedora de 13 edições da Copa América, a equipe uruguaia conquistou seu último título no torneio em 87.
Para voltar a fazê-lo agora -e igualar-se à Argentina em número de vitórias na competição-, a situação não é confortável.
Apesar de ter fracassado em todas as competições que disputou, a geração que foi aposentada é melhor do que a que está sendo promovida na atualidade.
O futebol uruguaio vive os problemas de pertencer a um país de população pequena e cuja economia não consegue competir com as dos vizinhos, Argentina e Brasil.
Para piorar, o técnico Héctor Nuñez perdeu seu principal jogador de defesa: o lateral-esquerdo Montero, da Atalanta (Itália).
Ele sofreu lesão em um dos ligamentos do joelho esquerdo em uma partida amistosa no dia 27 de junho contra o Colo Colo (Chile).
Por outro lado, o volante Diego Dorta, que também estava machucado, recuperou-se a tempo e vai disputar a competição.
A maior esperança do Uruguai está no trio ofensivo, formado pelo meia Francescoli e os atacantes Daniel Fonseca, da Roma (Itália), e Marcelo Otero, do Peñarol.
Otero foi tão bem nos preparativos para a Copa América que mandou para a reserva o outrora titular Rúben Sosa.
Nuñez, com um estilo paternalista, tem conseguido evitar que os jogadores entrem em atrito entre si, um dos problemas crônicos das últimas seleções do Uruguai.
Com uma tabela favorável, o time estréia contra a Venezuela. Não deverá ter qualquer problema para ultrapassar a primeira fase da competição.
Daí em diante, a equipe vai depender muito da estabilidade emocional. Mas será surpresa se não chegar à final.
Um exemplo de como andam os nervos da seleção são os resultados dos dois últimos amistosos de preparação, ambos contra a Nova Zelândia.
No primeiro, na cidade de Paysandú, goleou por 7 a 0. Três dias depois, inaugurando o estádio de Rivera, não passou de um empate em 2 a 2.
(MD)

Texto Anterior: Técnico monta candidato a `zebra' da competição
Próximo Texto: Atacante Otero admite pressão dos torcedores
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.