São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995 |
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Major vence a eleição e permanece no governo Cercado por seus partidários, Redwood admite a derrota OTÁVIO DIAS
Major foi reeleito líder do partido no primeiro turno por 218 parlamentares. O adversário, John Redwood, ex-integrante de seu gabinete, recebeu 89 votos. Redwood deixa o governo. Houve 8 abstenções, 12 votos nulos e 2 ausências. A votação foi secreta. O premiê afirmou que o partido havia mostrado uma clara decisão de apoiá-lo. ``O tempo para divisões acabou", disse. Major deve anunciar hoje a composição de seu novo gabinete. ``Vou voltar para Downing street e começar já nesta noite a reconstrução do governo", afirmou. Downing street é o nome da rua onde fica a residência oficial do primeiro-ministro britânico. A vitória de Major foi considerada satisfatória, mas não decisiva. Se tivesse recebido menos de 200 votos, provavelmente teria de desistir da disputa e renunciar ao cargo de premiê. Major recebeu 53 votos a mais do que o necessário -165, metade da bancada conservadora. Superou Redwood em 129 votos. No entanto, 109 parlamentares negaram seu apoio ao premiê, num claro sinal de que o Partido Conservador continua dividido. Major convocou a eleição em 22 de junho, numa tentativa de reafirmar sua liderança, crescentemente questionada por grupos à direita do partido. Seus opositores internos se viam assustados diante da baixa popularidade do governo. Após a vitória, seus partidários afirmaram que o apoio de 66% dos conservadores era o maior já obtido por um primeiro-ministro em uma eleição para a liderança. Lembraram também que a percentagem era superior à obtida pelo líder do Partido Trabalhista (oposição), Tony Blair, quando de sua eleição. Blair, favorito nas eleições gerais de 1997, foi escolhido por 60% dos trabalhistas. A eleição encerrada ontem foi marcada pela divisão dentro do Partido Conservador sobre os limites da integração do Reino Unido com a União Européia (UE). Redwood levantou como bandeira de sua campanha maior independência do país em relação à UE. Defendeu a imediata exclusão do país de um sistema de moeda única, a ser criado em 1999. Já o primeiro-ministro afirmou que o Reino Unido precisa influir no processo de integração. Segundo ele, o país pode decidir mais tarde se adere ou não à moeda única européia. O maior desafio de Major agora será unir as diversas alas do partido e reconquistar a popularidade do governo até as eleições gerais programadas para 1997. Texto Anterior: Itália julga executivos ligados a Berlusconi Próximo Texto: Gabinete sofre reformulação Índice |
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