São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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Paulo Renato apóia imposto de Jatene

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, defendeu ontem a criação de um imposto vinculado à área da saúde.
Ele disse que a reivindicação do ministro Adib Jatene, da Saúde, consta do programa de campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso.
“O ministro Jatene tem razão na sua luta. A área da saúde precisa de um financiamento especial. Aliás, isso faz parte do nosso programa de governo, o programa 'Mãos à Obra'”, disse o ministro da Educação.
Paulo Renato, que foi coordenador do programa de governo de FHC, fez uma visita de cortesia ao ministro da Saúde.
Jatene comandou a equipe que implantou três pontes de safena e duas mamárias no coração do ministro da Educação, no dia 6 de junho.
Desde então, ontem foi o primeiro dia de trabalho efetivo de Paulo Renato à frente do Ministério da Educação.
Adib Jatene quer a criação da CMF (Contribuição sobre Movimentação Financeira), uma reedição do IPMF, com alíquota de 0,25% sobre movimentações bancárias.
O dinheiro arrecadado seria vinculado ao Ministério da Saúde. Estima-se que o expediente poderia render R$ 6 bilhões anuais.
O orçamento livre do ministério é de R$ 6,7 bilhões, o que, segundo o ministro, é insuficiente até para pagar a rede conveniada de hospitais. Com a diferença, Jatene diz querer aumentar a remuneração dos hospitais e fazer investimentos.
“O presidente Fernando Henrique também apóia a idéia. Portanto, é uma questão agora de nós levarmos esse tema ao Congresso e obtermos a aprovação o mais rapidamente possível”, diz Jatene.
Paulo Renato disse que não conversou com os ministros da área econômica sobre o assunto. “Eu tenho acompanhado apenas pelos jornais e, aí, aparece alguma polêmica, mas eu acho que o ministro Jatene tem razão”.
Empresários da Alanac (Associação dos Laboratórios Nacionais) visitaram o ministro Jatene ontem para apoiá-lo na proposta de criação da CMF.
Segundo o presidente da associação, Dante Alário, “a finalidade desse imposto é nobre”.
A Alanac representa cerca de 200 laboratórios farmacêuticos, que movimentam R$ 800 milhões por ano. O ministro da Educação disse também que não existem atritos entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o PSDB. Na segunda-feira, em teleconferência com membros do partido, o presidente cobrou que o PSDB defenda com mais ênfase as medidas adotadas pelo governo e a reforma constitucional.
“Não houve uma crítica do presidente do partido. Ele estava chamando a atenção justamente para a necessidade de um engajamento nas reformas, que é o que a sociedade brasileira está esperando”, afirmou Paulo Renato.

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