São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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Covas negocia com Banco Central futuro do Banespa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

Governador pode pedir fim da intervenção federal no banco estadual
O governador de São Paulo, Mário Covas, começa a negociar amanhã com o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, o futuro do Banespa.
O governador pode pedir ao BC o fim da intervenção federal.
``Não dá mais, temos que encerrar esta intervenção", disse ontem o líder do governo Covas na Assembléia Legislativa de São Paulo, Walter Feldman (PSDB), por volta das 18h30.
Às 20h, depois de ter se encontrado com Covas, o deputado negou ter afirmado que o governador vai pedir o fim da intervenção.
Em telefonema à Folha às 20h15, Feldmann disse: ``Eu não poderia fazer uma afirmação desse tipo porque não recebi nenhum comunicado do governador nesse sentido. Enquanto não se chegar a um acordo sobre a dívida do Estado com o Banespa, o fim da intervenção não significaria nada", disse.
``Eu apenas confirmei o encontro entre Covas e Loyolla e disse que, na minha opinião, seis meses é mais do que suficiente para se chegar a uma saída", afirmou.0
Na segunda-feira, o governador reunirá deputados federais e senadores do PSDB paulista e tentará fechar questão contra a privatização do banco.
Para a conversa com Loyola, Covas reservou um argumento: o de que sua administração não teve a chance de promover o saneamento financeiro do Banespa.
Para Covas, o banco paulista teve suas finanças comprometidas nos governos Orestes Quércia e Luiz Antônio Fleury Filho.
Segundo Walter Feldman, Covas reclama que os interventores do BC pouco têm feito em termos de ajustes no banco.
O governador conta ainda com um poderoso argumento político: a quase unanimidade da bancada paulista, estadual e federal, é contra a privatização do Banespa.
O encontro de segunda-feira -um almoço no Palácio dos Bandeirantes- foi convocado sob o pretexto de discutir as dificuldades das empresas de São Paulo em razão da contenção de crédito e dos juros altos. O Banespa, no entanto, será o tema central da reunião.

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