São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995 |
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Procurador investiga privilégios a deputados
DA SUCURSAL DO RIO Folhas de papel ofício com nomes de passageiros e de seus ``protetores" serão a base da investigação sobre a existência de um esquema de tratamento privilegiado na alfândega do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.Todo o material está com o procurador da República André Barbeitas. Cada folha tem datilografadas várias vezes as palavras ``passageiro", ``vôo" e ``ingresso". Os espaços em branco estão preenchidos a mão por funcionárias do aeroporto, com o nome do passageiro e o da pessoa que o indica como merecedor de atenção especial. As folhas preenchidas entre fevereiro de 94 e fevereiro de 95 trazem mais de 300 nomes. Desse total, cerca de 80 são de deputados ou pessoas ligadas a parlamentares. Em alguns dias, de cada folha constam mais de dez nomes. Ao lado da maioria dos nomes está escrito ``dr. Seraphim", referência ao superintendente da Receita no Rio, Seraphim Cipriano. O nome ``Seraphim" aparece também ao lado dos nomes de Márcio Molinaro e Aldir Cardoso, que, segundo a polícia, são suspeitos de envolvimento com o jogo do bicho. Molinaro assinou como diretor-presidente uma ata de reunião da Comverge, uma entidade criada pelos bicheiros e extinta no ano passado. A mesma ata, do dia 16 de janeiro de 1990, foi assinada pelos bicheiros José Carlos Monassa, José Petrus Kalil e Luiz Pacheco Drummond. Vários pedidos de ``atenção especial" para os passageiros foram encaminhados pelo Congresso Nacional, por consulados e por tribunais. Outros vêm de funcionários de órgãos federais, principalmente da Receita Federal. ``Quero saber qual o critério existente para esse tratamento especial. Aí há deputados e autoridades, mas há contraventores, parentes, gente de todo tipo", afirmou o procurador Barbeitas. Texto Anterior: Presidente comete gafe Próximo Texto: Comissão aponta 1.750 hospitais inacabados Índice |
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