São Paulo, sexta-feira, 7 de julho de 1995
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Erundina quer prévia com Mercadante

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A ex-prefeita paulistana Luiza Erundina (89-92) abortou articulação da cúpula do PT, que queria evitar disputa na escolha do nome que vai concorrer à Prefeitura de São Paulo pelo partido em 96.
``A prévia entre os filiados é o caminho mais democrático para indicar o candidato, e aceito a disputa", afirmou Erundina.
Os principais dirigentes petistas, como Luiz Inácio Lula da Silva, pensavam em convencer Erundina a ``puxar votos" para a chapa de vereadores do PT paulistano.
Com essa solução, seria aberto um caminho mais fácil para a candidatura a prefeito do ex-deputado federal Aloizio Mercadante.
Erundina reuniu-se anteontem com Jilmar Tatto, novo presidente do PT paulistano, no escritório político de Lula.
No encontro, a ex-prefeita revelou que se considera o melhor nome do PT para tentar ganhar a prefeitura. Disse até que deveria ser uma espécie de ``candidata natural", por se considerar a opção eleitoralmente mais viável dentro do partido e, também, a mais apta para fazer o confronto com a administração atual, de Paulo Maluf (PPR), que a sucedeu.
Ontem, Erundina disse que participará de uma prévia, mas condicionou o método a ser adotado. ``O que é necessário é que haja absoluta isenção na condução do processo e que todos os candidatos tenham chances iguais", afirmou.
Para Erundina, a disputa deve ocorrer em 96. ``Não faz sentido definir a candidatura um ano antes e até dificultar alianças", disse.
``Se o processo for democrático, a candidatura sai fortalecida e só cabe ao vencido apoiar o vencedor", declarou a ex-prefeita.
Com a declaração de ontem, Erundina desautoriza, pelo menos por enquanto, a especulação sobre uma possível adesão ao PPS ou PSB para a eleição de 96.
A extrema esquerda petista, que não apóia nem Mercadante nem Erundina, pode lançar a candidatura da vereadora Tereza Lajolo. Não está definido ainda o tamanho do colégio eleitoral que escolherá o candidato petista.
Já se refiliaram ao partido, na capital paulista, cerca de 7.000 pessoas. As filiações cumulativas (feitas desde a fundação do PT) chegam a aproximadamente 40 mil na cidade.
A chance de Erundina cresce se tiver direito a voto quem não se refiliar até a prévia.
Entre os militantes mais assíduos nas atividades petistas existe um veto claro à ex-prefeita por causa da passagem dela na equipe do ex-presidente Itamar Franco, quando foi secretária da Administração. ``Sei que muitos setores do partido ainda não assimilaram aquela situação", disse Erundina.

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