São Paulo, sexta-feira, 7 de julho de 1995
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Juiz inicia ação penal contra dois ex-diretores do Banespa

MARCOS CÉZARI; RODNEY VERGILI
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz Fausto Martinn de Sanctis, da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo, recebeu denúncia criminal ontem contra o banqueiro Antonio Hermann Dias Menezes de Azevedo e o economista Ricardo Dias Pereira, ex-vice-presidentes do Banespa no governo Orestes Quércia (1987/91).
Com o recebimento da denúncia, tem início a ação penal e os denunciados passam à condição de réus. Sanctis marcou o interrogatório de ambos para o dia 28 de agosto deste ano, às 13h30.
Para o juiz, há ``prova da existência de fato que caracteriza crime em tese e indícios de autoria". O processo retorna agora ao Ministério Público para análise.
Os procuradores da República Maria Luíza Duarte e José Eduardo de Santana, que ofereceram as denúncias criminais à Justiça, poderão incluir, se julgarem necessário, novos nomes na ação penal.
Essa é a primeira ação penal contra ex-diretores do Banespa tomada pela Justiça Federal. Hoje, a juíza da 4ª Vara, Silvia Maria Rocha, deverá adotar a mesma medida contra outros dois ex-diretores do banco, o advogado Pedro Luiz Ferronato e o economista Waldemar Camarano Filho.
Duas outras denúncias foram distribuídas na quarta-feira à 3ª Vara Federal. Ontem, a secretaria da 3ª Vara informou que os processos chegarão hoje às mãos do juiz substituto Petrônio Maranhão Gomes de Sá.
Segundo os procuradores, os ex-diretores participaram de quatro operações de empréstimo ao governo do Estado em 90. Para a Procuradoria, essas operações foram feitas de forma irregular. Os ex-diretores podem ser condenados a penas de dois a seis anos de cadeia e a devolver, em dobro, o valor dos empréstimos.

Outro lado
Antonio Hermann e Dias Pereira foram procurados ontem pela Folha. Na casa de Dias Pereira a informação, às 19h, foi de que ele estava viajando. ``Está pescando na fazenda em Mato Grosso e está incomunicável", segundo sua mulher, que preferiu não se identificar.
Hermann foi procurado às 18h45 na vice-presidência do Banco Itamarati. Quem atendeu o telefone foi o sr. Murilo, que disse que ele estava ao telefone e não poderia falar à Folha. Murilo deu o telefone da assessoria de imprensa de Hermann. Foi deixada mensagem na secretária eletrônica da assessoria. Em nova ligação, às 19h, o sr. Murilo disse que Hermann já havia saído.

Colaborou RODNEY VERGILI, da Reportagem Local.

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