São Paulo, sexta-feira, 7 de julho de 1995
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Bolsas sobem com queda do juro nos EUA

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A decisão do Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) de reduzir a taxa de juros básica do mercado norte-americano de 6% para 5,75% ao ano produziu impacto positivo nas Bolsas brasileiras.
O índice da Bolsa de Valores de São Paulo subiu 3,26% e o indicador Senn (Rio) teve alta de 2,9%.
Manoel Pires da Costa, presidente da Bolsa de Mercadorias & Futuros, diz que a notícia da queda dos juros trouxe euforia temporária às Bolsas brasileiras. Para ele, a baixa nas taxas de juros norte-americanos não significa, no entanto, que os investidores estrangeiros vão direcionar seus recursos para as Bolsas brasileiras.
Segundo ele, isso só ocorrerá se a comunidade internacional avaliar que o Brasil está procurando seu equilíbrio econômico por meio da reforma fiscal e da previdência social.
Ricardo Fleury Lacerda, da Universidade de Columbia (EUA), diz que o mais importante da decisão do Federal Reserve não é a magnitude da redução (0,25 ponto percentual), mas sim a reversão de expectativa de taxas de juros. A decisão de hoje pode ser apontada como favorável ao Brasil, pois deve ajudar a reativar a emissão de papéis de empresas brasileiras no exterior, diz Lacerda.
Os juros altos no Brasil podem agora atrair mais capitais externos, avaliam dirigentes financeiros.
Pelo terceiro mês consecutivo, a caderneta de poupança registrou captação líquida (depósitos menos os saques) positiva. Os depósitos superaram as retiradas em R$ 816,7 milhões em junho.
O aumento de rendimento da poupança coincidiu com a elevação das taxas de juros que remuneram as aplicações financeiras, em 9 de março.
Ontem, o Banco Central realizou seis leilões cambiais (quatro no dólar flutuante e dois no comercial), estabilizando as cotações.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,142%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,66% para dias úteis, projetando rendimento de 4,04% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,69% ao mês, com rendimento de 4,06% no mês.
As cadernetas que vencem dia 7 rendem 3,4647%. CDBs prefixados de 32 dias negociados ontem: entre 34% e 57,80% ao ano. CDBs pós-fixados para 123 dias entre 15,5% e 17% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,49% ao mês, projetando rentabilidade de 4,64% no mês. Para 32 dias (capital de giro): entre 67% e 125% ao ano.

No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 5,88% ao ano

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 3,26%, fechando com 38.209 pontos e volume financeiro de R$ 274,7 milhões. Rio: valorização de 2,9%, encerrando a 17.517 pontos e movimentando R$ 34,4 milhões.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou com 4.664,00 pontos, contra 4.615,23 pontos no dia anterior. Em Londres, o índice Financial Times fechou com 2.544,20 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 15.256,89 pontos ontem.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,923 (compra) e R$ 0,924 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,920 (compra) e por R$ 0,922 (venda). ``Black": R$ 0,915 (compra) e R$ 0,925 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,923 (compra) e R$ 0,925 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,905 (compra) e R$ 0,930 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,09%, fechando a R$ 11,38 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até o dia 5 julho foi positivo em US$ 439,28 milhões. As entradas financeiras foram maiores que as saídas de dólares em US$ 139,53 milhões. O saldo total está positivo em US$ 578,81 milhões.

No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5988 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3815 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 85,24 ienes.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para julho fechou a 4,03% no mês e para agosto a 3,95% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para agosto ficou a 40.000 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para julho fechou a R$ 0,941 e a R$ 0,961 para agosto.

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