São Paulo, sábado, 8 de julho de 1995
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Tarifas vão puxar inflação, admite Malan

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Pedro Malan (Fazenda) reconheceu que o reajuste de alguns preços em maio e junho -entre eles tarifas públicas, como gás de cozinha e ônibus- vão fazer a inflação subir em julho.
Segundo o ministro, os índices de inflação voltam a cair a partir de agosto. Malan se recusou a fazer qualquer previsão a respeito dos números da inflação, tanto para julho quanto para agosto.
Sobre a balança comercial, Malan disse o desempenho não pode ser analisado ``de acordo com o ano-calendário".
``O mundo real não se pauta por calendários gregorianos. Como se o país a cada dezembro fechasse sua conta corrente, calculasse qual foi seu déficit e assinasse um cheque para alguém no valor", disse.
Para o ministro, o importante é a tendência que da balança.
Malan fez essas declarações ontem durante almoço promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, no Clube Transatlântico, em São Paulo.
Em entrevista exclusiva ao jornal argentino ``La Nación", publicada ontem, o ministro disse que o Brasil terá ``um pequeno déficit em conta corrente (balança comercial e de serviços) este ano mas o mundo não termina em 31 de dezembro de 1995. O importante é a tendência projetada para 96 e não vamos ter no Brasil essa trajetória crescente de deterioração do balanço de pagamentos que marcou a experiência mexicana".
O ministro usou como argumento para afirmar que as importações vão cair o estoque de cerca de 225 mil veículos das montadoras e das importadoras.

Fiesp
O ministro Malan esteve à tarde na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), onde se encontrou com a diretoria da entidade.
O presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, disse depois da reunião que Malan ficou de estudar a possibilidade de criar salvaguardas para setores da indústria, a exemplo do que foi feito com o setor automobilístico.

Colaborou o enviado especial a Buenos Aires

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