São Paulo, sábado, 8 de julho de 1995
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Seleção brasileira estréia mal e preocupa

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, o Brasil não está podendo reclamar da sorte nesses dias. Quando todo mundo estava preocupado com uma possível desvalorização do real, os EUA diminuem a taxa de juros do curto prazo.
Resultado: FHC e Menem comemoram lá em Buenos Aires querido. O Mercosul ganha um fôlego.
Quando todo mundo estava preocupado com a desvalorização da seleção brasileira na Copa que deveria ser do Mercosul, a defesa equatoriana desvaloriza-se sozinha e deixa o Ronaldão marcar.
Ando intrigado: quem é mais sortudo, FHC ou o velho Lobo do fut Zagallo?
Bem, sobre o jogo: o Brasil repetiu os mesmos defeitos que apontei em meio ao otimismo dos jogos no Reino Unido.
O meio-campo, com Zinho, não tem velocidade, não abre as portas em defesas fechadas, não cria alternativas. Mostrou esses defeitos contra o fraco Japão e no primeiro tempo contra a Inglaterra.
Quando o César Sampaio saiu machucado, ontem, era o caso de ter entrado um jogador mais criativo no meio-campo. O Equador marcava muito, mas não tinha nenhum poder de agressão.
Duas razões para lançar o Sávio ou o Souza logo de cara e fornecer posicionamentos estratégicos alternativos para o time. Zagallo não tomou esta atitude. Resultado: uma performance medíocre.
E preocupante. Porque o Peru mostrou um time melhor do que a encomenda -bastante empenhado na marcação e com um jogador habilidoso, Palácios.

Qual a razão de o Edmundo não se dar bem com a camisa canarinha?

Porque hoje é sábado é dia de se jogar verde para colher maduro. É dia do desafio que vem da cor do mar, da cor das matas, os olhos verdes da mulatas, cismadores e fatais.
Na planície, no prado, na campina campeia o futuro campeão. Passatempo, duelo, porfia da esperança -a derradeira a suspirar. Sim, algo haverá de...
A palmeira que se erguerá hoje na campina é diferente da que se contemplava no desfiladeiro da primeira fase do Campeonato Paulista de 1995.
Insinua-se em palmas de pés já conhecidos: a entrada de Edílson, Nílson e Muller (mais a chegada de Cafu) colocam ramos já experientes para reviverem o viço do verde que estava amarelecendo.
(O Palmeiras esqueceu os jogadores ainda verdes. Prefere-os maduros.)
O Palmeiras recuperou o porte altaneiro das últimas estações. Vai para o ``greenpeace" (esperamos) de Campinas de novo como um cavalo de chegada.
O diabo é que o índio guarani adora trepar nas palmeiras pela estrada afora, como mostra a memorália dos confrontos entre os dois times verdes.

O machadiano Bentinho é uma bênção da providência para mestre Telê, hoje.
Para o São Paulo, o trunfo é o triunfo.

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