São Paulo, sábado, 8 de julho de 1995
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Juiz chileno adia a prisão de Contreras

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A prisão do general chileno Manuel Contreras foi suspensa ontem. A Corte de Apelações de Concepción (sul do país) decidiu que o militar reformado, condenado a sete anos de prisão pela morte do socialista Orlando Letelier, deve continuar provisoriamente no hospital naval de Talcahuano.
Na noite de anteontem, a Justiça havia decidido, com base em laudos médicos, que Contreras poderia deixar o hospital e ir para a prisão de Punta Peuco. O Exército chileno oferece resistência à prisão de Contreras, condenado no final de maio, e mantém o general no hospital há quase um mês.
O juiz Guillermo Silva, presidente do tribunal de Concepción, disse que a decisão é provisória. Uma decisão definitiva deve ser tomada a partir de novos exames.
Talcahuano está sob a jurisdição de Concepción. Os médicos do hospital naval dizem que Contreras, 66, está muito doente e não poderia ser preso em Punta Peuco (40 km ao norte de Santiago).
A Justiça havia recebido boletins médicos informando que um câncer que o general sofre há dez anos não se espalha por seu corpo, e que portanto ele não corria risco.
Os médicos militares dizem que Contreras sofre de câncer, pressão alta, diabetes e hérnia. Pela decisão anterior, Contreras ficaria preso em uma cela especial, com constante assistência médica.
Durante o regime militar liderado por Augusto Pinochet (1973-1990), Contreras foi chefe da Dina (a política política), e Espinoza era seu auxiliar.
Em 1976, os dois ordenaram o atentado que resultou na morte do líder socialista Orlando Pinochet, que ainda é o comandante do Exército, deu em junho declarações de apoio a Contreras.
Ontem, em Santiago, cerca de 400 manifestantes ocuparam a rua em frente à sede das Forças Armadas e pediram que Pinochet dê um novo golpe de Estado.

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