São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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FHC rejeita proteger salário acima do mínimo

CLÓVIS ROSSI

CLÓVIS ROSSI ; DENISE CHRISPIM MARIN
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

DENISE CHRISPIM MARIN
O governo aceita negociar emendas à MP (medida provisória) da desindexação, mas rejeita a idéia de proteção para salários acima do mínimo.
As informações foram dadas pelo próprio presidente Fernando Henrique Cardoso, ao deixar a embaixada brasileira em Buenos Aires para assistir à posse de seu colega argentino, Carlos Menem.
``Se houver algo a acrescentar (à MP), o governo está aberto", disse FHC.
Depois, sobre salários: ``Botar indexação em até três ou cinco salários mínimos é enganar o trabalhador. Pessoalmente, acho que não deve ser posto."
O presidente aproveitou para derramar elogios ao relator indicado pelo Congresso para a MP, Coutinho Jorge (PMDB-PA).
O presidente citou pesquisa em que a desindexação teria o apoio de 59% dos consultados para dizer que ``o povo já percebeu que é bom desindexar".
Mas admitiu que a desindexação fica tanto mais fácil quanto mais baixa for a inflação.
``É evidente que, se a inflação baixar mais ainda, é melhor. Fica mais clara a vantagem de desindexar", afirmou.
FHC está convencido de que a inflação vai continuar caindo. ``Um mês sobe um pouquinho, outro mês cai, mas na média, vai continuar caindo", afirmou.
Disse que, nos seis primeiros meses do ano, a inflação não passou de 10%, índice que ``antes se atingia em uma semana".
FHC comentou ainda previsões de aumento da inflação : ``Geralmente as pessoas que fazem essas previsões têm se equivocado. Os resultados estão sempre abaixo das expectativas."
FHC voltou a abordar uma suposta torcida contra a estabilização. Para ele, alguns dos que prevêem aumento da inflação ``temem que isso aconteça e já anunciam antecipadamente".
Ainda sobre inflação, disse que o governo vai continuar controlando as tarifas públicas, ``porque é um compromisso".
Ao sair do Congresso argentino, FHC disse que não quer sua reeleição porque acha muito desgastante. Menem foi reeleito para seu segundo mandato presidencial.
O presidente jantou anteontem na residência presidencial de Olivos, subúrbio de Buenos Aires, com os chefes das delegações estrangeiras presentes à posse.

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